quinta-feira, abril 29, 2004
24 Lies A Second
Finalmente no ar este ótimo site! Para fãs de Brian De Palma e cinema em geral. Link já colocado aí do lado.
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Art & Fear
Soube do livro de David Bayles e Ted Orland quando ouvi Robert Rodriguez falando que tinha lido e gostado bastante, recomendando no áudio de Pequenos Espiões 2. Fui ver na Amazon e estava com bom preço, resolvi arriscar. Agora que li posso fazer o mesmo, recomendar, é um livro muito legal indicado para quem mexe com arte, os tópicos e questões são bem apresentados e específicos. Num primeiro momento o livro soa como auto ajuda para artistas, mas é mais um livro de referências para quando temos dúvidas desse caminho, seja na criação, na divulgação e vivência ao longo da carreira. Na parte final há uma visão interessante do mundo acadêmico, de como termina a carreira de artistas (que passam a dar aulas ao privilegiar o seguro ao incerto, isto é, salário mensal) e como vira um sistema que se auto alimenta ao invés de procriar novos artistas, mas não chega a condenar a educação nessa área pois incentiva o estudo ("as pessoas param de fazer arte no momento que param de ser estudantes"). Fala da visão que muitos têm que arte é uma profissão, mas não uma ocupação; da recepção do trabalho; a crítica; sair de um mundo de influências e referências para achar a arte própria; o mundo prático (onde quase nada é relacionado ao fazer arte, mas necessário para o fazer/divulgar/comunicar arte); arte não só como a visão limitada de auto expressão; o aprender não passa pela visão da obra terminada de outros artistas (que só auxilia saber do trabalho dos outros, não o próprio) e muitos outros temas. O livro não quer dar respostas, mas apresentar questões, já que cada um segue um caminho particular. É um livro que com certeza é pra ser relido e consultado de tempos em tempos.
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quarta-feira, abril 28, 2004
Anjo Do Mal (Pickup On South Street)
Ótimo filme de Samuel Fuller com um carismático e excelente Richard Widmark e uma atriz que não conhecia, Jean Peters, que soube foi esposa do Howard Hughes. As cenas entre os dois contêm alta carga erótica, seja no roubo da carteira no metrô ao início ou em outros momentos e apenas pelas expressões dela conseguimos acreditar que está apaixonada pelo bandido e disposta a mudar de lado. A trama envolve um roubo de microfilme e comunistas. Richard Kiley está bem como o medroso vilão (que deixa as coisas ainda mais enervantes, pela sua indecisão e covardia). As lutas são fortes, não diria realistas, mas cruas, de impacto. Feito com orçamento reduzido e em 20 dias Fuller dribla tudo isso e não percebemos essas condições com excelentes planos.
A Última Noite (comentários em aúdio)
Spike Lee se mostra pouco falante, com muitos momentos em silêncio e também detalhando apenas aspectos técnicos, sejam locações ou algo da fotografia ou da trilha. Não esclarece ou dá sua visão do que quis mostrar no filme, fica parecendo que é mais um filme de um cara antes de ir pra prisão, com o adicional de querer colocar a estória numa NY pós 11/09. Lee não gosta do 'autheur theory' e acha que é algo coletivo e pelo que ele fala muitas coisas realmente vieram do diretor de fotografia, da production designer (qual seria o equivalente dessa função aqui?), da figurinista, dos atores, do roteirista, etcs. Por exemplo, Edward Norton revendo as pessoas da seqüência do "fuck you" ao final do filme foi idéia do próprio. Lee se posiciona mais em certas questões do filme como o relacionamento do professor com a aluna, coisa que condena veementemente (a cena do beijo entre os dois foi difícil para Lee realizar ao pensar em sua filha de 10 anos), aliás ele sempre fala que o personagem de Philip Seymour tem problemas; ou a questão das drogas (incluindo referências à uma lei especialmente ruim) e culpa do personagem principal (e seu grande medo de ser currado na prisão). Lee também gosta de desmistificar o fazer cinema, ele acha que qualquer um pode aprender e fazer, uma profissão como outra qualquer. Por isso ele leciona, dando aulas na NYU e muitos alunos foram estagiários no filme. Engraçado é ele repetindo falas que acha legais e se divertindo ouvindo algumas delas. No geral é meio decepcionante a forma que Lee comenta as coisas, mas ao mesmo tempo se mostra um cara bom de se lidar e que não intelectualiza demais o próprio trabalho, se auto congratulando ou dando importância demasiada em si mesmo.
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+ Pesquisa Literária 2004 (4)
Aí vão minhas escolhas. Muito legal essa sua pesquisa. Valeu por ter me incluído!
Os 5 últimos:
Fúria Cega (John Saul) - Foi indicado pela dona da locadora de livros da qual sou sócio. Ela viu meu interesse por Stephen King e me indicou este autor, que também é de terror, embora nesta obra seja bem mais contido que King, mas com uma trama interessante sobre o fantasma de uma menina cega que atormenta os moradores de uma cidadezinha perto de Boston por várias gerações. Abusa um pouco de clichês, mas tem seu charme.
Tudo Por Um Popstar (Thalita Rebouças) - Esse é da minha querida amiga que está deslanchando agora na Rocco com seus livros dirigidos ao público infanto-juvenil. Thalita tem um super talento para falar de igual pra igual com essa galerinha. Nessa história, ela conta a aventura de três meninas de Resende (interior do Rio) que vão até a capital para ver o show do grupo dos seus sonhos, uma versão satírica das boy bands. Diversão garantida.
Blecaute (Marcelo Rubens Paiva) - Em vez de conhecer o autor na adolescência, como muitos da minha geração, fui descobrir sua obra agora, começando pelo clássico Feliz Ano Velho, em seguida lendo este. Como o próprio Marcelo diz, é inspirado num episódio de Além Da Imaginação e conta uma história fantástica sobre todas as pessoas terem ficado paralisadas enquanto um grupo explorava uma caverna. O cenário e o mistério da trama são muito interessantes, assim como a ambientação de uma São Paulo deserta.
Feliz Ano Velho (Marcelo Rubens Paiva) - Fica difícil falar desse livro quando tantos já falaram, mas é o relato emocionante do seu acidente num mergulho bobo e como sua vida mudou depois disso. O mais interessante é que não se trata de lição de moral nem é para termos pena do autor. É apenas uma biografia, com diversas aventuras e até política, já que o pai do autor foi morto na ditadura.
Tripulação De Esqueletos (Stephen King) - O que dizer do mestre do suspense? Aqui são reunidos vários contos, publicados em diversas épocas e revistas. O primeiro "O Nevoeiro" tem fôlego de romance e conta a história de várias pessoas presas num supermercado quando um nevoeiro que traz de volta animais pré-históricos circunda uma cidade. Daí em diante, um carrossel de emoções. Um dos mais famosos é o conto "A Balsa", adaptado ao cinema no filme Creepshow 2.
Os 5 que mais gostei:
Crossroads (Michael Schumacher) - Biografia do mestre do blues Eric Clapton. Conta desde sua infância difícil, passando pelas barras-pesadas das drogas (foi viciado em heroína), a paixão pela mulher de George Harrison (que inspirou a música Layla) e a morte do filho Connor, que caiu de uma janela e inspirou a música Tears In Heaven. A vida de Clapton é riquíssima para ser contada em livro, o que o autor faz muito bem.
O Vampiro Lestat (Anne Rice) - A autora colocou o personagem do vampiro num nível nunca levado depois que Bram Stoker publicou o definitivo Drácula. Mas Rice foi além, dando questionamentos filosóficos e uma aura de charme aos vampiros. Segundo volume das Crônicas Vampirescas, este livro conta a aventura de Lestat como cantor de rock e é onde mais aprendemos sobre sua personalidade, que é fascinante.
Misery (Stephen King) - O mestre do suspense e meu autor favorito conta uma história das melhores, que foi ao cinema com James Caan e Kathy Bates nos papéis principais. Um autor sofre um acidente de carro em local ermo, castigado pela neve, e é salvo da morte por sua fã número um, uma enfermeira. O azar é que ela não quer que ninguém saiba que ele está vivo e muito menos que ele vá embora. Corra e leia!
O Iluminado (Stephen King) - É a história de um menino paranormal, filho de um homem contratado para tomar conta do Hotel Overlook (um dos personagens mais assustadores do gênero de terror, não, o personagem que falo não é o homem, mas o hotel!). Como foi cenário de muitas histórias sórdidas, não faltam fantasmas no Overlook, e quem sofre é o menino. E, para piorar, o hotel fica isolado no inverno. A adaptação de Stanley Kubrick é antológica, com Jack Nicholson em um de seus melhores papéis. King não gostou, tanto que fez sua própria versão em uma série para a TV. Dá pra entender?
O Menino Maluquinho (Ziraldo) - Esse livro marcou minha infância e deve ter sido um dos responsáveis pelo meu gosto pela leitura. É a história de um dos personagens mais famosos do cartunista com um pouco de humor, melancolia e graça. E boas ilustrações! :)
Carlos A. M. SilvaMarcadores: 2004, Pesquisa Literária
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segunda-feira, abril 26, 2004
Vários
Sai de uma banca hoje com o Demolidor 3 e a Set Especial (História & Cinema) sobre o Che. O Demolidor compro todo mês pelo Justiceiro, mas tanto o personagem principal da revista quanto a Elektra estão com boas histórias. Set não compro mais (dá pra ler no Sesc ou outro local), mas esse especial eu fiquei curioso pois nunca fui "che"gado hehe Enquanto Che virava moda e símbolo dos "rebeldes" eu sempre me identifiquei mais com os pacifistas Gandhi e Martin Luther King, Jr. (aliás MLK é um dos meus grandes ídolos, inspiração para a vida toda). Mas agora o personagem histórico desperta curiosidade com a vinda do novo filme do Walter Salles, Jr.
Recebi hoje o livro The American Cinema do Andrew Sarris. Bem legal, obra de referência.
Também recebi da minha amiga Michele a fita do primeiro álbum da Jewel, Pieces Of You, que ela achou baratinho num sebo em Sampa. Legal ter um objeto de colecionador assim. E ainda esse fim de semana finalmente peguei e vi os dois clipes dela que não tinha, This Way e Stand, os dois apaixonantes, pra fã mesmo, com muitos closes. Ty Murray, eita cara sortudo!
Consegui por um bom preço a edição especial de A Cor Púrpura, dvd duplo. Aos poucos vou conseguindo a filmografia toda do Steven Spielberg, já está quase tão grande quanto a do Brian De Palma (diretor que mais tenho filmes em dvd). Em breve quero ver se consigo a edição especial de Scarface e o duplo de A Lista De Schindler. Fica parecendo até que os dois estão competindo aqui na minha estante hehe
Terminei de ler alguns livros recentemente:
- Por Que Os Homens Fazem Sexo E As Mulheres Fazem Amor?: Allan & Barbara Pease, esse é de auto ajuda, coisa que não leio, mas umas colegas falaram entusiasmadas sobre o livro e achei engraçado; como minha tia tinha, peguei emprestado. E é engraçado, falando das diferenças entre homens e mulheres por alguns fatos científicos.
- Cara, Cadê O Meu País?: Michael Moore, talvez até melhor do que o anterior, Stupid White Men, pelo que tem de pesquisa e pelo que tem de relevante no cenário atual. É abertamente um livro imediatista, feito para ser lido antes das eleições presidenciais norte americanas para conter George W. Bush. Faz uma geral muito boa sobre fatos pós 11/09 (quase um Noam Chomsky pop) e na parte final (como no anterior) incentiva os leitores a tomarem iniciativas próprias, pequenas, mas significantes para melhorarem o sistema político da comunidade, do estado e do país. Há dois capítulos curtos dispensáveis, mais humorísticos, um é uma carta de Deus e o outro uma visão do futuro (Moore conversando com sua bisneta).
- Conspirações – Tudo O Que Não Querem Que Você Saiba: Edson Aran, bem engraçado e curioso para quem, como eu, curte conspirações. O autor dá uma geral nas principais conspirações no mundo, sempre com humor, às vezes claramente sarcástica (pode irritar alguns mais fanáticos e paranóicos). É uma obra legal para ter de referência, consulta rápida.
- Primeiro, O Amor – Depois, O Desencanto (E O Resto De Nossas Vidas): Douglas Coupland, falta umas 10 páginas pra acabar, são histórias curtas, sem ligações aparentes. Primeiro livro de Coupland que leio (foi dele a expressão Geração X que é um livro que escreveu antes) e ainda não sei bem o seu estilo e nem se apreciei bem. Preciso ler outro.
Estou terminando Art & Fear, indicação vinda do Robert Rodriguez nos comentários de Pequenos Espiões 2 hehe Estou gostando.
Não sei o que lerei em breve, mas um recente adquirido que possa começar a ler é De Que Amanhã... um diálogo entre Jacques Derrida e Elisabeth Roudinesco.
Vi:
- Uma Garota De Raça (Star Spangled Girl) baseado numa peça de Neil Simon. Tem excessos na caracterização de um personagem obsessivo (pode irritar), mas no todo é um bom trabalho.
- Êxtase De Amor (Daisy Kenyon) um ótimo filme de Otto Preminger que retrata um triângulo amoroso de forma bem honesta. Engraçado como pela época não se podia ter cenas mais fortes (o máximo que vemos do relacionamento é um beijo) e mesmo assim cria-se um elo e uma intimidade muito grande entre Joan Crawford e seus dois amantes, Dana Andrews e Henry Fonda. E é bem mais forte e realista que os filmes atuais. O personagem de Fonda é intrigante e fascinante, mas nenhum dos outros deixam de ser complexos. Agora, será que só notei agora como a Joan tinha cara de psicótica, mesmo mais jovem (43 anos no filme) e num filme normal?
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sábado, abril 24, 2004
Tragam-Me A Cabeça De Alfredo Garcia
(Bring Me The Head Of Alfredo Garcia)
Espetacular filme de Sam Peckinpah, um de seus mais brutais filmes (o que é difícil dizer vindo de uma filmografia como a dele), extremamente niilista. Warren Oates encarna perfeitamente o personagem principal, sempre de óculos escuros e bêbado procurando um sentido através do dinheiro, do amor e da arma. Grande interpretação. Ele é um protagonista sem o ser completamente, ele vai entrando na história e quando vemos é sua trajetória que acompanharemos, mas mesmo assim o morto Alfredo Garcia é tão presente quanto. A violência é bastante presente, mas há momentos extremamente ternos envolvendo o casal Bennie e Elita. As mulheres são vistas de forma ambígua, ao mesmo tempo que são fracas e precisam de proteção elas podem ser traíras e vingativas (as cenas envolvendo Elita num estupro e a filha do fazendeiro mexicano no começo e final do filme demonstram isso). As falas de Bennie sozinho (ou com a cabeça de Alfredo) tentam mostrar um pouco o drama do personagem, mas nunca o alcançamos em suas intenções e sentimentos, sempre somos barrados pelos seus olhos ocultos e sua arma em punho. Suas ações falam mais alto e são elas que nos levam ao final arrebatador.
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sexta-feira, abril 23, 2004
Kill Bill Vol. 2 Soundtrack
A trilha da segunda parte do filme de Quentin Tarantino segue parecido ao primeiro retornando Charlie Feathers, Ennio Morricone, Luis Bacalov, Meiko Kaji e RZA (numa faixa escondida). Também as músicas mais latinas estão presentes com Lole Y Manuel e Chingon. Boa adição de Johnny Cash (nunca é demais colocá-lo numa trilha). Em comparação a trilha do primeiro era melhor. Só de ter Battle Without Honor Or Humanity já vale um filme, mas ainda tinha o Green Hornet e o Twisted Nerve, além de colocar Santa Esmeralda, Nancy Sinatra e The 5, 6, 7, 8's. Sem contar a do The Human Beinz que não consta na trilha mas é parte importante da grande seqüência do filme.
Talvez as trilhas sejam como os filmes, se juntados e cortados algumas músicas daria uma ótima trilha, separados cada um têm altos e baixos, deixando apenas ambos boas trilhas.
Assim como seria difícil achar outra música mais poderosa que a do Tomoyasu Hotei é díficil um filme ficar tão bom quanto o teaser do primeiro filme, onde podia se vislumbrar todo um potencial que foi parcialmente transposto para às telas. Quem sabe na segunda parte as coisas melhoram (em filme, pois na trilha não aconteceu)?
01. Uma Thurman - A Few Words From The Bride (0:42)
02. Shivaree - Goodnight Moon (4:03)
03. Ennio Morricone - Il Tramonto (1:13)
04. Charlie Feathers - Can't Hardly Stand It (2:47)
05. Lole Y Manuel - Tu Mira (Edit) (4:00)
06. Luis Bacalov - Summertime Killer (3:39)
07. Alan Reeves & Phil Steele & Philip Brigham - The Chase (1:03)
08. David Carradine & Uma Thurman - The Legend Of Pai Mei (2:06)
09. Ennio Morricone - L'Arena (4:46)
10. Johnny Cash - A Satisfied Mind (2:49)
11. Ennio Morricone - A Silhouette Of Doom (2:54)
12. Malcolm McLaren - About Her (4:50)
13. David Carradine & Uma Thurman - Truly And Utterly Bill (0:47)
14. Chingon - Malaguena Salerosa (4:05)
15. Meiko Kaji - Urami Bushi (3:32)
16. The Wu Tang Clan - Black Mamba (2:33)
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quarta-feira, abril 21, 2004
As Invasões Bárbaras (Les Invasions Barbares)
O tão criticado filme só fui ver agora, em dvd. Depois que vi comecei a achar que tanto os que criticaram quanto os que elogiaram se pautaram pelas ideologias pessoais, se o filme ofende uma parte é quem vai criticar, se confirma algo para outra parte é quem vai elogiar. Bom, isso é só suposição. Como não tenho uma ideologia clara o filme não soou tão ruim e nem tão bom quanto falaram.
É um filme de acerto de contas do Denys Arcand, da morte dos ideais que acreditava, da desilusão, pegando a geração 60/70 e a criticando. Óbvio que isso irrita quem não acredita em tais afirmações, que tudo foi em vão e era vazio (fica parecendo que aquele grupo só falava da boca pra fora e se resumia ao sexo e drogas) e de certa forma confirma os preconceitos do pessoal que vê essa geração negativamente.
O filme lembra Adeus Lênin na forma como o filho faz tudo para confortar o pai, tudo baseado no dinheiro (o pior recurso foi o pagamento para os ex-alunos do pai apenas para mostrar que a profissão do pai não modificou ninguém, era um professor descartável). Impressiona a facilidade moral e prática com que todos encaram a falta de ética, o suborno por um quarto isolado, o suborno dos funcionários, o uso de heroína (pelos policiais, traficante, os amigos do pai, o pai, a enfermeira, o filho, enfim, todos), a eutanásia, etcs. O que é um fato positivo parece mostrar mais é preguiça em desenvolver algo.
A amizade do grupo e a não caracterização maniqueísta do pai e filho são pontos positivos. Soa sincera a amizade e tanto o pai quanto o filho podiam cair em clichês do pai cabeça dura ideólogo e do filho capitalista insensível, os dois mostram lados bons e maus.
O uso de fades constantes parece estruturar o filme como episódio e efêmero (recurso estranho que mais uma vez soa como preguiça em desenvolver cenas).
Fora isso ao menos há uma bonita canção de Françoise Hardy ao final, L'Amitie.
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Revolution OS
Documentário que aborda a criação dos sistemas operacionais Gnu e Linux, além do conceito de software livre e depois o código aberto. Uma revolução tecnológica. Várias pessoas envolvidas nesta história dão depoimentos e também vemos locais em que certos fatos ocorreram. O filósofo maior do movimento é Richard Stallman, que tem uma visão mais abrangente do conceito, enquanto percebe-se nos outros o lado mais comercial e prático da coisa. É engraçado vê-lo falando na festa da Linux, com o Linus Torvalds (o criador) ao lado, sobre o quanto o Gnu é a base de tudo. O tema interessa não só aos que trabalham na área, mas para todos pois fala de processos de tomada de conhecimento, criação de alternativas, liberdade, divulgação, resistência, entre várias outras coisas que não se limitam ao mundo informático. Óbvio que a Microsoft aparece no filme como o grande vilão, a grande corporação que emperra as coisas e só pensa na dominação. Pena que o filme termine logo quando há a explosão da bolha e o que antes eram ações valiosas despencam drasticamente. Daria um outro bom documentário ver como se processou essa queda e como as empresas e sistemas estão atuando nos dias de hoje. Se bem que um documentário nessa área corre o risco de se desatualizar fácil, por isso sempre pegam áreas já consolidas (criação da Linux por exemplo).
Ruim é ver esse documentário e se dar conta que nunca viu o Linux funcionando e nem usou, mesmo sabendo de sua existência. Vou ficando para trás...
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terça-feira, abril 20, 2004
+ Pesquisa Literária 2004 (3)
Sinceramente, minha memória anda curta. Não tenho certeza se são realmente os últimos 5 livros que li, mas certamente são os últimos 5 livros que lembro ter lido:
O Sobrevivente (Chuck Palahniuk): Como fã de Clube da Luta, não podia deixar passar outro livro do autor publicado no Brasil. O suposto último sobrevivente de uma seita de fanáticos religiosos é alçado à condição de superstar.
Cosmópolis (Don DeLillo): Ao lado de Paul Auster, um dos meus autores preferidos. O último livro de Don DeLillo, apesar de não ser dos melhores de sua obra, é muito bom. Cada vez que se pensa nele e em suas situações, o livro parece melhor.
No Rastro De Chet Baker (Bill Moody): Livro policial em que o detetive é um pianista de jazz. O interessante é que todo o background do livro é ligado ao estilo musical e ele trata, ainda que superficialmente, da morte de Chet Baker. Se você gosta de livros policiais e de jazz, é um prato cheio.
Agora É Que São Elas (Paulo Leminsky): Fiquei impressionado com o livro, cheio de capítulos curtos e de frases espertas. Aparentemente, ele conta a história de um homem envolvido com Norma, filha de seu analista, o professor Propp. No entanto, é difícil resumir o livro, que, por vezes, lembra um filme do David Lynch. Nada é o que parece ser.
Raça Da Noite (Clive Barker): Livro bacana, da época em que o autor se dedicava mais ao terror do que à fantasia. Já deu origem a uma minissérie em quadrinhos e a um filme.
Rubem Arbex
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Lembrete
Eu continuo querendo receber listas das pessoas que mandei a enquete, por isso quem não mandou e quiser, só enviar.Marcadores: 2004, Pesquisa Literária
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segunda-feira, abril 19, 2004
Últimas Aquisições
Cds?
Em promoções as trilhas de Gangs Of New York, Jaws (Collector’s Edition), E.T. – The Extra-Terrestrial (The 20th Anniversary) e o álbum de Lucinda Williams, Essence.
Livros?
Em Busca De Sentido: Viktor E. Frankl
Bob Dylan Por Ele Mesmo: Marcelo Fróes
Um Drink Antes Da Guerra: Dennis Lehane
Mp3?
Álbuns inteiros baixados:
System Of A Down - Toxicity
Aerosmith - Honkin' On Bobo
Joss Stone - The Soul Sessions
Eric Clapton - Me And Mr. Johnson
e algumas canções soltas:
Alison Krauss - Cluck Old Hen (Live)
Alison Krauss - Down To The River To Pray
Brad Paisley & Redd Volkaert - Spaghetti Western Swing
Chantal Kreviazuk - Time
Gipsy Kings - Rhythmic
Johnny Cash - A Satisfied Mind
Leigh Nash - Charmed Life
Madrugada - Majesty
Mark Collie - In Time
N.E.R.D. - She Wants To Move
Natalie Merchant - In The Ghetto (Lilith Fair)
Norah Jones - The Grass Is Blue
Rufus Wainwright - Spotlight On Christmas
Seether & Amy Lee - Broken
Shania Twain & Alison Krauss - Coat Of Many Colors
destacando: Power Station - We Fight For Love, a canção que toca no final de Comando Para Matar! Com os diálogos originais!
"This was the last time"
"Until the next time?"...
"No chance!"
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Cleo Pires
Site do momento!
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domingo, abril 18, 2004
Amor & Morte (Love And Death On Long Island)
Este filme é de 1997 e desde aquela época fiquei com vontade de vê-lo, mesmo sem saber exatamente do que se tratava, pra mim era o trabalho "sério" do Jason Priestley. O filme não teve repercussão e só chegou em dvd agora por aqui.
Ao menos o filme não decepcionou. É um belo filme, pequeno, bem feito, dirigido por Richard Kwietniowski, cujo roteiro foi baseado no livro de Gilbert Adair (crítico e também roteirista do novo filme de Bernardo Bertolucci, The Dreamers). John Hurt está ótimo, uma sensível interpretação.
Pode-se dizer que o filme seria um Morte Em Veneza pop e lembre Deuses E Monstros. Um escritor viúvo, Giles De'Ath, vivendo fora de sua época (as novidades do mundo moderno são estranhas para ele) acaba vendo sem querer no cinema (que ele vai raramente) um filme adolescente bem comercial e grosseiro, só que antes de ir embora indignado fica magnetizado pela imagem de um dos jovens atores (Priestley) e passa a ficar obsessivo pelo ator. Tanto que vai da Inglaterra para os EUA, para a cidade onde o ator mora, encontra a noiva do jovem e através dela que vem a conhecer pessoalmente o objeto de sua obsessão.
A forma como Hurt se envolve com o ator e como ele vai levando a relação é o ponto alto do filme. Talvez o filme pudesse aprofundar certas questões: os intuitos da arte, a percepção européia e americana, a amizade pelo viés da paixão platônica, a criação, a inspiração, etcs, mas não parece que seja a intenção dos realizadores. Como ficou continua um belo e pequeno filme, com um andamento próprio e um tocante final.
É de pensar como uma paixão homossexual é muito mais dramática platonicamente (na arte, não sei na vida real) do que uma hetero, ainda mais nos dias de hoje, pois existe a impossibilidade da relação caso um dos lados não ser homossexual, enquanto na hetero sempre há a ínfima esperança que pode-se dar certo caso haja persistência. Será que no futuro os filmes românticos mudarão radicalmente?
Kwietniowski estreou com esse filme depois de vários curtas e o seu filme seguinte também não é conhecido, Owning Mahowny.
"There's nothing more solitary than an artist's life. One yearns for solace without quite knowing where to look for it'' - Giles De'Ath
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sexta-feira, abril 16, 2004
Músicas No Olhos Livres
No site do cineasta Carlos Reichenbach há disponibilizadas duas músicas que fazem parte de seu recente filme, Garotas Do ABC. Lá também pode-se baixar duas músicas de outros filmes dele, uma de Dois Córregos e outra de Alma Corsária. São ótimas músicas, peguem!
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quinta-feira, abril 15, 2004
O Último Samurai
Ótimos extras!
Disc One
- Theatrical Film With Commentary by director Edward Zwick
Disc Two
- Tom Cruise: A Warrior's Journey
- Edward Zwick: Director's Video Journal
- Making an Epic: A Conversation with Edward Zwick and Tom Cruise
- History vs. Hollywood: The Last Samurai (History Channel Documentary)
- A World of Detail: Production Design with Lilly Kilvert
- Silk and Armor: Costume Design with Ngila Dickson
- Imperial Army Basic Training
- From Soldier to Samurai: The Weapons
- Deleted Scenes
- Japan Premieres (Tokyo & Kyoto red carpet)
- Theatrical Trailer
Como todos da minha família (primos, tios, tias e mães de tias) que viram o filme adoraram acho que vou ter que comprar esse dvd (se sair duplo por aqui) para mostrar os extras para todos. Acho que só meus pais não foram ver, por preguiça.
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Wyatt Earp
Mês que vem nos EUA. E aqui?
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Sixpence None The Richer (1994 - 2004)
A banda anunciou no começo do ano que estava acabando. Fica a saudade da banda e a esperança que Leigh Nash se lance em carreira solo.
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quarta-feira, abril 14, 2004
Looney Tunes - De Volta À Ação (Looney Tunes - Back In Action) ***1/2 - divertida e criativa aventura cômica similar ao clima dos filmes da série Pequenos Espiões, com um universo de fantasia visto por olhos inocentemente imaginativos. A dupla central tem esse espírito inocente, por isso críveis ao contracenarem com desenhos animados e realizarem atos que racionalmente são ridículos. Não podia ser melhor o Brendan Fraser, aliás é com ele uma das piadas mais antigas e engraçadas do filme, quando ele quer resgatar a mocinha em Paris e usa a calça voadora.
História De Um Egoísta (Patterns) **** - excelente filme com roteiro de Rod Serling (The Twilight Zone) sobre o trabalho numa grande corporação. Um executivo vindo de uma pequena fábrica numa cidade do interior é chamado para entrar numa grande empresa numa cidade grande e vai presenciar o know-how cruel dos grandes negócios. O final é diferente e combativo, e também ambíguo o que dá mais força ainda. Grandes atuações de um elenco não muito famoso.
Olhos Famintos 2 (Jeepers Creepers 2) **1/2 - continuação que tenta colocar mais ação e se passar em poucas locações e em pouco tempo. O subtexto gay do filme é mais evidente ainda, com várias cenas de homens sem camiseta, além da atração quase perversa do monstro pelos garotos. No fim é quase o mesmo de sempre. O monstro é bem feito, mesmo sendo mostrado mais do que o necessário o seu aspecto causa temor e os olhos passam aquele misto de terror e tara. Só que não dá pra não lembrar de Todo Mundo Em Pânico 2 com o palhaço assassino tarado sendo estuprado pelo Wayans com trejeitos gays, uma reversão hilária! O jeeper creeper do filme precisava encontrar o seu Wayans hahahaha
American Gun (Idem) *** - bom drama que acabou sendo o último filme de James Coburn. Após a morte da filha, morta à balas, ele cria uma obsessão em rastrear os donos anteriores da arma que matou a filha e nessa viagem vamos vendo não só as histórias dessa arma, mas o passado dele, da esposa e da filha (não sendo flashbacks exclusivos dele). Também há a neta que fugiu de casa e não sabe da morte da mãe. Claramente é um filme com temática mais importante do que o próprio possa sustentar. Na parte final há uma reviravolta mais ou menos imprevista que muda nossos pontos de vista. O que o filme confirmou é que Alexandra Holden (a neta) é uma graça e que preciso ver mais filmes com ela, recentemente gostei dela em Rota Da Morte. Tem também a bela Virginia Madsen fazendo a mãe dela.
Minha Vontade É Lei (Warlock) **** - Junto com Alvarez Kelly é o melhor western de Edward Dmytryk que vi até agora (se bem que só vi 4 filmes dele) com uma dobradinha muito boa de Henry Fonda e Richard Widmark, além de termos Anthony Quinn (e para os trekkers o DeForest Kelley). Não vi um homossexualismo latente entre Fonda e Quinn como já ouvi falar, se houvesse creio que teria mais insinuações e outros parceiros do velho oeste poderiam entrar na categoria como Wyatt Earp e Doc Holliday. O paralelo de Fonda com Widmark nos dá muito o que pensar, cheio de símbolos. E conhecendo a vida pessoal de Dmytryk fica claro que o personagem de Widmark representa o diretor (não é apenas nesse filme que um personagem se volta contra irmãos ou amigos / grupo). A relação de Fonda com uma das mulheres é reprisada em Era Uma Vez No Oeste entre Bronson e Cardinalle (ou podemos voltar à Rastros De Ódio que tocava levemente neste assunto). Grande final.
Caçado (comentários em aúdio) ***1/2 - vem legendado no dvd e é William Friedkin detalhando muita coisa boa sobre o filme. A parte do cinema é ótima, só dá um escorregão uma hora quando dá de falar sobre exército e polícia no lado pessoal.
Era Uma Vez No Oeste (comentários em aúdio) **** - muito bons os comentários realizados por várias pessoas mas em especial por Christopher Frayling e Sheldon Hall. Frayling é especialista e escreveu a biografia de Sergio Leone (Something To Do With Death). John Milius, John Carpenter, Bernardo Bertolucci, Alex Cox e Claudia Cardinalle têm pequenas participações e pouco interessantes. O aúdio do Frayling é tão bom que o final (já magnífico) do filme adquire força ainda maior pelo que ele fala (com timing perfeito). Também é legendado no dvd.
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terça-feira, abril 13, 2004
Before Sunset
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segunda-feira, abril 12, 2004
+ Pesquisa Literária 2004 (2)
Tenho lido muito pro mestrado (entrei pra literatura, PUC), então as leituras recentes têm sido:
- muito Artaud - livro inteiro, por enquanto só Correspondance Avec Jacques Rivière, que recomendo. No momento estou lendo O Teatro E Seu Duplo, além de um monte de textos esparsos.
- algumas peças de teatro - O Noviço e Juiz De Paz Na Roça, do Martins Pena, A Capital Federal, do Arthur Azevedo, As Relações Naturais, do Qorpo Santo. Qorpo Santo é uma figura incrível, vale a pena ler.
- Nietzsche lido pelos franceses. Então, Ecce Homo (genial) e as leituras em Nietzsche E A Filosofia, do Deleuze, e Otobiografias (ou The Ear Of The Other), do Derrida. Entre o original e os comentaristas, fico com o original, mas o texto do Deleuze é bem bom.
Fora do mestrado, li o primeiro livro do Gaspari, A Ditadura Envergonhada, e li os recentes do Dalton Trevisan, Capitu Sou Eu e Arara Bêbada. O do Gaspari é bom, mas tem seus altos e baixos (só serve como história dos milicos, não como do país inteiro). O Trevisan eu sou suspeito pra falar, gosto demais.
Livros da vida, isso eu não vou saber fazer. Memórias Póstumas..., Monteiro Lobato, Crime E Castigo, tudo do Goscinny, principalmente Asterix e O Pequeno Nicolau, contos do Poe, Ah, É?, 234 e outros do Dalton, Lolita, A Vida Como Ela É, O Casamento e as peças do Nelson Rodrigues... sei lá.
Daniel CaetanoMarcadores: 2004, Pesquisa Literária
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domingo, abril 11, 2004
+ Pesquisa Literária 2004 (1)
algumas listas que recebi este fim de semana (no aguardo de outras solicitadas).
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5 livros lidos recentemente, que calham de ser os últimos melhores que li.
Hollywood - Charles Bukowski
Edição da L&PM pocket, tradução boazinha, mas com alguns pecadilhos, do Marcos Santarrita. Henry Chinaski às voltas com o mundo de Hollywood quando um diretor picareta pede que ele escreva um roteiro autobiográfico para cinema. O filme romanceia as aventuras que o próprio Buk viveu ao escrever o roteiro de "Barfly", estrelado por Mickey Rourke e Faye Dunaway. Engraçadíssimo, o livro faz um painel impiedoso e sarcástico do mundo do cinema, ironizando diretores conhecidos, produtores, atores e atrizes que o alter-ego de Bukowski, Henry Chinaski, vai encontrando na medida em que encara a roubada de escrever o tal roteiro.
O Pavão Desiludido - José Carlos De Oliveira
José Carlos Oliveira, ou Carlinhos Oliveira, foi um dos mais prolíficos cronistas das décadas de 60/70. Escreveu regularmente para o Jornal do Brasil, na época em que o jornal estava no auge. Lançou várias coletâneas de crônicas (como A Revolução Das Bonecas, que estou lendo no momento) e alguns romances. Entre eles, esse O Pavão Desiludido, reminiscências da infância sofrida e pobre em Vitória. Órfão do pai ainda criança, o menino José Carlos De Oliveira se vê às voltas com uma mãe castradora e a inquietude e voracidade intelectual que o levaria a abandonar, com 16 anos, a cidadezinha provinciana para tentar a sorte no Rio. Um livro forte e movido pelo rancor, como toda a prosa de Carlinhos.
Viajante Solitário - Jack Kerouac
Simpática edição lisboeta, da Minerva. Este livro de Kerouac é um diário de viagem do escritor beat. Passando pelas ferrovias que cruzam a imensidão dos EUA, pelo exótico México onde fuma maconha e ópio com os índios e tem epifanias nas igrejas locais, depois Marrocos com William Burroughs, França e Inglaterra, Kerouac conta também sua experiência de isolamento total "como vigia de incêndios na Floresta Nacional de Monte Baker, nas High Cascades do Grande Noroeste". Um belo livro de um escritor que, como Thoreau, buscou o individualismo em detrimento da subserviência às leias e às convenções, e que dizia: "não sou realmente "beat", mas, sim, estranho, solitário e doido católico místico".
O Demônio Do Meio-Dia - Andrew Solomon
Tour de force que se pretende um atlas da depressão do escritor Andrew Solomon ("A Stone Boat") . Partindo de sua experiência própria com a depressão (o autor teve três episódios depressivos graves) Solomon analisa a depressão historicamente, esquadrinhando os tipos de depressão, os tratamentos disponíveis e a evolução da doença no mundo contemporâneo. Tomando exemplos da literatura, como os livros de Virginia Wolff e os poemas de Emily Dickinson, este é um livro abrangente e muito bem escrito. Solomon também entrevistas pessoas de diversas classes sociais e ocupações, dando um panorama rico de como a doença afeta indivíduos diferentes de formas diferentes.
Ovelhas Negras - Caio Fernando Abreu
Coletânea de contos de Caio Fernando Abreu, lançada em 1995, um ano antes de sua morte. A peculiaridade deste livro está no fato de ele ser uma coleção de "ovelhas negras", contos que o autor nunca havia publicado por achar que não mereciam entrar nos livros "oficiais", ou porque tratam-se de relíquias como a novelinha que ele escreveu aos 16 anos para um concurso de romances de colégio, ou o primeiro conto, publicado na revista Cláudia, ao 19 anos. Os melhores momentos ficam por conta dos diários do exílio em Londres, e dos contos da última fase -- mais madura -- do escritor.
Lendo no momento:
A Revolução Das Bonecas, José Carlos Oliveira Órfão Da Tempestade, Jason Tércio The Crimes Of Love, Marquis De Sade
Fabiano Morais (de nenhuma lista ou blog, mas amigo pessoal)
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Os últimos cinco:
Práxis Do Cinema - Noel Bürch O Anticinema De Yasujiro Ozu - Kiju Yoshida Matéria E Memória - Heri Bergson O Virtual E O Hipertextual - André Parente Conversações - Gilles Deleuze
Os últimos que mais gostei: da lista de cima, tira o do André Parente e coloca A Filosofia Da Caixa Preta, do Vilém Flusser.
Paulo Ricardo De AlmeidaMarcadores: 2004, Pesquisa Literária
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quinta-feira, abril 08, 2004
Pesquisa Literária 2004
Tenho o costume de sempre perguntar para amigos o que andam lendo e também a curiosidade de saber o que outros lêem, sejam desconhecidos ou famosos (por isso acho legal a seção da Veja ou de outros veículos que divulgam o que cada personalidade anda lendo). Serve ao mesmo tempo para ter uma noção de como a leitura está no geral, quais os assuntos ou autores do momento e para conhecer livros e autores que de outra forma passariam despercebidos por mim. É muito mais fácil estar por dentro do que anda rolando em cinema e música em vários lugares, enquanto a literatura fica restrita aos mais vendidos da semana e poucas matérias nos jornais e revistas (imagine então na tv).
Esse ano quis ampliar o número de pesquisados adicionando pessoas de blogs que visito e personalidades variadas (na esperança que alguns respondessem) aos já tradicionais amigos, conhecidos e parentes.
Para minha alegria muitos se dispuseram a responder as simples perguntas: quais os 5 livros mais recentes que leu e quais os últimos 5 bons livros que leu. Isso mostra um pouco de como cada um é, tanto no que lêem quanto na iniciativa de darem atenção à pesquisa e responderem, compartilhando seu conhecimento com outros.
A pesquisa não terminou. Enviei para muita gente e aguardo resposta, mas começo publicando as que recebi até agora para não dar um post enorme. Conforme for recebendo mais respostas estarei colocando aqui no blog.
Tentei formatar as listas para um padrão mais fácil de leitura, corrigindo algumas coisas e acrescentando dados. Também quando possível coloco de onde a pessoa é, se de uma lista, um blog, um site, um amigo, etcs. Coloquei até respostas que não listavam livros, mas mostravam boa vontade em responder à pesquisa. Está mais ou menos na ordem que fui recebendo.
Boa leitura!
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5 últimos livros lidos:
A Viúva Simões - Júlia Lopes De Almeida Madame Bovary - Gustave Flaubert Passion Et Vertue - Gustave Flaubert Naturalismo No Brasil - Nélson Sodré O Primo Basílio - Eça De Queirós
Bruno Moreto
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desde que resolvi mudar a loja, foi impossível ler qualquer coisa que não fosse a Contracampo, os blogs amigos, e algumas reportagens de cinema e música que rolam por aí. nem jornal diariamente eu leio. vergonha. Os últimos que eu lembro de ter lido (todos antes de outubro de 2003) foram Morte Em Veneza com Tonio Kröeger do Thomas Mann (geniais ambos no mesmo livro), O Livro Do Desassossego (Fernando Pessoa), No País Das Últimas Coisas, do Paul Auster, e alguns de cinema que eu mais consultei do que li.
Não sei se eu seria uma pessoa a ser levada a sério por sua pesquisa. E o pior é que me envergonho muito disso. Sempre gostei de ler, mas com essa falta de tempo por causa da loja acabei me indisciplinando com as leituras.
ah... teve a tese da minha namorada, mas aí acho que não conta, né?
Sérgio Alpendre
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Tá aí meu caro:
Santuário - William Faulkner A Sangue Frio - Truman Capote Por Um Cinema Sem Limites - Rogério Sganzerla O Casamento Entre O Céu E O Inferno - Willliam Blake Hitchcock / Truffaut - François Truffaut
Francis Vogner Dos Reis
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Segue aqui as duas listinhas.
5 últimos lidos:
Numa Fria - Charles Bukowski Fabulário Geral Do Delírio Cotidiano - Charles Bukowski Senhas - Jean Baudrillard Os Pássaros - Camille Paglia Stupid White Men - Michael Moore
Últimos 5 bons livros lidos (esses aqui vão com comentários):
Numa Fria e Fabulário Geral Do Delírio Cotidiano, de Charles Bukowski - Do "velho safado" só tinha lido o "Hollywood", e adorado, mas nada poderia me preparar para a viagem (etílica, lógico) que esses dois exemplares proporcionam. Ambos são coletâneas de contos, o primeiro é um amontoado de histórias onde os protagonistas - sempre figuras auto-biográficas - acabam se dando mal (daí o nome). Muitos desses contos são protagonizados por Henry Chinaski, o protagonista do filme "Barfly" (escrito pelo Bukowski e também um de meus prediletos). O segundo, e bem superior, é um amontoado de contos mais melancólicos, um panorama na vida triste e solitária que o Bukowski levava. Tanto que muitos dos contos são "protagonizados" pelo velhinho bêbado em pessoa. Beberrões tendêm a se identificarem bastante com os contos. Mas pode ler que não dá ressaca nenhuma. Um brinde à isso!
Stupid White Men, de Michael Moore - É necessário dizer que muito do que se critica nos livros de Michael Moore se aplica apenas à cultura estado-unidense, mas mesmo assim é difícil resistir ao charme e o modo em que ele expõe dados que denunciam falcatruas e hipocrisias daquele país idiota. Apesar do pouco (aliás, nenhum) alarde - o que é de se estranhar, devido ao sucesso do livro -, já chegou às livrarias "Cara, Cadê Meu País?".
All I Need To Know About Filmmaking I Learned From The Toxic Avenger, de Lloyd Kaufman e James Gunn - Na lata, não li aquele livro do Robert Rodriguez (que deve ser na mesma linha, mas sem o humor retardado mental), mas duvido que exista um livro de cinema mais legal e informativo que esse. O livro conta a história dos estúdios Troma, um dos maiores estúdios de comédias gore (trash não!!!!) e outras bizarrices. O tema é bem legal e o livro flui que é uma beleza, 300 páginas que vão voando. E o melhor de tudo: você vai ficar até com vergonha de ler isso em público, porque você vai ficar o tempo todo rindo (é sério).
Eaten Alive - Itallian Cannibal And Zombie Movies, de Jay Slater - MA-RA-VI-LHO-SO livro com um monte de textos (um inclusive do Lloyd kauffman, autor do "All I Need..." e imagens lindas sobre dois de meus ciclos cinematográficos favoritos: o de zumbis e de canibais italianos. Não recomendável para pessoas que acham que o cinema deve viver apenas de "arte sensível", o livro é um guia definitivo sobre os filmes carniceiros feitos em terras carcamanas.
Diogenes L. Cesar
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Por motivos óbvios, tenho dedicado minhas poucas horas de leitura a obras como O Livro Do Bebê (Rinaldo Delamare), Bebê A Bordo (Flávio Garcia De Oliveira) e Quem Ama, Educa (Içami Tiba). Todos muito bons. O primeiro é o grande clássico do gênero, um verdadeiro manual de instruções. O segundo é um passo-a-passo bem humorado da gravidez.
Fora esses, algumas dicas:
O Capitão De Longo Curso (Jorge Amado) - biografia do "célebre" homem do mar, Capitão Vasco Moscoso De Aragão, cujos lendários feitos não possuem uma fronteira muito bem definida entre verdade e ficção. Leitura rápida e divertida, mostrando como uma mentira toma proporções gigantescas ao longo do tempo.
Gai Jin Vol.1 (James Clavell) - relato da expansão da Casa Nobre, companhia mercantil de Hong Kong, no Japão feudal. Dezenas de personagens, todos com agendas secretas que se entrelaçam, conflito entre culturas, antepassados que "assombram" psicologicamente seus descendentes e muitas pontas soltas. Como todos os livros do James Clavell. Vou ler o segundo quando der.
Um Cântico Para Leibowitz (Walter M. Miller, Jr.) - ótimo livro de ficção científica. Em uma era de obscurantismo tecnológico e religioso, um monge da ordem de Leibowitz encontra uma câmara secreta que vai revelar muita coisa sobre o passado recente da humanidade. Se contar mais, estraga.
Babyhood (Paul Reiser) - o ator de Mad About You relata de forma irônica suas experiências com o primeiro filho.
Tablóide Americano (James Ellroy) - no mesmo estilo de L.A. Confidential, mistura policiais corruptos, tráfico de drogas e personagens reais, em meio à crise dos mísseis de Cuba e o assassinato de JFK. Interessante para quem curte o estilo.
Por enquanto é isso.
Gustavo Albuquerque Houston - EUA (da lista Cinefelia)
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Cara, tenho um problema sério com livros: nunca os termino de ler. Minhas últimas tentativas (inconcluídas, para variar) foram O Canto Dos Malditos e Voivode - Estudos Sobre Vampiros. Acho que o último livro não-técnico que consegui ler até o final (já faz anos) foi O Retrato De Dorian Gray...
Espero que você adicione ao foco de sua pesquisa, a mesma pergunta em relação a filmes: nesse caso, eu poderia participar ;)
Fábio S. Ribeiro (da lista Canibal Holocausto)
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Os livros que estou lendo:
O Ano Da Morte De Ricardo Reis - José Saramago Easy Riders, Raging Bulls (edição de amostra grátis com os 4 primeiros capítulos) - Peter Biskind Afinal, Quem Faz Os Filmes - Peter Bogdanovich
Os 5 últimos que li, com cotações:
Sonhos De Bunker Hill - John Fante **** A Mulher Que Escreveu A Bíblia - Moacir Scliar **** Todos Os Nomes - José Saramago **** O Inventor Da Solidão - Paul Auster *** Se Um Viajante Numa Noite De Inverno - Ítalo Calvino ***
Livros empacados ou injustamente largados:
Livros De Sangue Vol. 5 - Clive Barker O Rebelde - Osho Deuses Americanos - Neil Gaiman
Ailton Monteiro
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Sobre o que tenho lido recentemente, eu tenho a dizer que só leio o que está me agradando; se não gosto, paro nas primeiras páginas. Tenho um tempo muito curto para ler todas as revistas e livros que compro pelo menos quatro vezes por semana. Acho que já contei aqui, que após a três pontes de safena e uma mamária no coração, minha diversão (e exercício obrigatório) é andar de dois à três quilometros por dia; desta prática, virei um "rato de sebo", pois visito regularmente duas vezes por semana, os sebos do Messias do centro da cidade (João Mendes, Quintino Bocaiúva e Brigadeiro). Estou assim, escolhendo livros diversos e formando a minha videoteca privada (ontem comprei três filmes ótimos de um diretor que ainda vai ser descoberto: Bobby Roth). Só a internet ocupa um quinto do meu dia, fácil. Livros eu leio três, às vezes quatro, ao mesmo tempo.
De qualquer maneira, especial para você, vou relacionar os meus cinco ou oito livros recentes.
Eu começaria escolhendo o último e imprescindível livro da professora de semiologia da PUC, Jerusa Pires Ferreira, Armadilhas Da Memória, da editora Ateliê. Esse livro está disponível na Livraria Boa Vista - Av. Brigadeiro Faria Lima, 2007 - SP. Jerusa é também autora de um livro antológico sobre São Cipriano, o santo bruxo, o santo Fausto.
O melhor livro que reli recentemente e um dos melhores da minha vida é O Ofício De Viver, de Cesare Pavese, que o maior escritor da Itália escreveu antes de se suicidar. Um dia após dar o livro como concluido, ele se matou. As últimas palavras: "Chega. Não escrevo mais.".
Outro livro barra pesadíssima e obrigatório, que li recentemente foi O Primeiro Inferno E Outros Poemas, do genial poeta Celso De Alencar, definido por Jorge Mautner como um descendente direto de Augusto Dos Anjos e João Cabral De Melo Neto. Celso De Alencar é autor dos deflagradores poemas "As Cento E Onze Picas" e "Não Despertes Piedade Em Mim". Uma amostra de sua poesia transgressora:
Minha mãe, nós a matamos. Demos-lhe adoença da mãe de Laforgue. Tiramos-lhe a outra metade do coração.
Meu pai, a ventania o prostrou e enforcou-se na sua herança.
Li também, com extremo prazer e interesse, dois livros de poesia brasileira da melhor qualidade, editados pelo sempre brilhante Sergio Cohn, da Editora Azougue: A Sombra Do Leopardo, do poeta paulista Claudio Daniel (de quem me apropriei de duas frases poeticas para encerrar "Bens Confiscados") e Ser Inifinitas Palavras, do mineiro Afonso Henriques Neto, autor de poemas definitivos como:
clara todo poder é bosta medo injustiça terror o poder torna o ser triste canceroso menor o poder parece sempre vencer quando na realidade, clara até a morte teme, em nosso abraço, o amor
Sobre cinema, os livros que li mais recentemente foram:
a) Nicholas Ray: An American Journey - Bernard Eisenschitz
b) Vento Norte - o obrigatório livro de história e análise, do professor Glênio Nicola Póvoas, sobre o "Limite" do cinema gaúcho, o filme "Vento Norte", de Salomão Scliar. A edição do livro, inclusive, é acompanhada por uma cópia em vídeo do filme restaurado. OBRIGATÓRIO!
c) E o livro de cinema da coleção Ilha Deserta, com textos essenciais de Inácio Araújo, Agnaldo Farias, Bernardo Carvalho e outros.
Por conta do meu futuro projeto de longa metragem "O Sol Vai Explodir", li de uma única arrancada o divertido livro: Conspirações - Tudo O Que Não Querem Que Você Saiba, de Edson Aran, o bem humorado e mais completo dos inventários atuais de conspirações mundiais.
Carlos Reichenbach
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Bem, os últimos 5 livros que eu li foram:
A Praia - Alex Garland: Na verdade reli. Eu acho um verdadeiro clássico da literatura moderna. Uma atualização da história de Sierra Madre, mas tratando o bem material como a própria casa, no caso, uma praia paradisíaca inexplorada pelo homem (fora um pequeno grupo de turistas que ali moram) E o que eles são capazes de fazer para manter seu paraíso.
O Lobo Da Estepe de Hermann Hesse: Achei fascinante. Um Buñuel em livro. Uma tiração de sarro com a burguesia mas nada gratuita e com bastante informação. O "estranho" parece um personagem que reflete o escritor mais do que ele se diz ser na obra.
Os Cem Filmes De Barry Norman - Barry Norman: Esse livro é inglês e relata a lista de filmes do crítico Norman. É muito interessante porque o livro fala mesmo sobre a lista do cara como se fosse história e porque escolheu cada um. Sem falar dos outros filmes em que ele cita dando menções honrosas.
As Mentiras Que Os Homens Contam - Luis Fernando Verissimo: Hilários contos sobre as dificuldades de ser homem na sociedade. Tratado de forma bastante simples e engraçada, com algumas pitadas de sentimentalismo, o Verissimo chega a um dos seus melhores contos.
A Enciclopédia Da Máfia - Carl Sifakis: Também em inglês, é o relato intímo dos maiores mafiosos da história e todos os crimes que eles já cometeram. Fala desde o nascimento deles, até a data de suas mortes (ou para os que vivem ainda, onde estão e o que fazem).
É isso.
Daniel (The Walrus)
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antes tarde, só li Pergunte Ao Pó ano passado e adorei. É sensacional. Tanto que estou lendo agora Espere A Primavera, Bandini, do mesmo autor, John Fante, com o mesmo personagem. E tá saindo agora no Brasil uma nova edição do Guia Do Mochileiro Das Galáxias, do Douglas Adams. Outro que nunca li, mas já estou com ele na mão, é o Apanhador No Campo De Centeio quando eu era pós-teen lia muito os pensadores, tipo Nietzsche, Rimbaud, sabe como é, tava na minha fase dark )) são os que lembro...
Tom Leão
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Bom, eu resolvi participar dessa sua pesquisa porque eu adoro ler. Vi seu "anúncio" no blog do BJ. Eu leio um livro por semana. Os últimos 5 foram:
O Sócio - John Grisham (acabei hoje) Morte No Nilo - Agatha Christie O Décimo Primeiro Mandamento - Jeffrey Archer Juízo Final - Sidney Sheldon O Triste Fim De Policarpo Quaresma - Lima Barreto (para a escola)
O que mais gostei foi o do Sidney Sheldon. É meu autor favorito. Deu pra ver que eu gosto de suspense. Por mim eu nunca leria Lima Barreto, mas até que gostei.
É isso, valeu.
Thamy Dalethese
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As leituras pra faculdade ocupam quase todo o meu tempo. Eu sou meio relapso com outros tipos de leituras e tenho organizado mal o meu tempo. Os ultimos 5 livros que eu li foram esses:
História E Verdade - Adam Schaff O Antigo Regime E A Revolução - Alexis De Tocqueville O Negócio Do Brasil - Evaldo Cabral De Melo A Ética Protestante E O Espirito Do Capitalismo - Max Weber Maquiavel - Quentin Skinner
No momento eu estou lendo O Estrangeiro do Albert Camus que eu comprei num sebo a pouco tempo por 5 reais. Também estou pra começar umas três partes que faltam de um outro livro do Skinner As Fundações Do Pensamento Politico Moderno. Espero ler isso antes da semana que vem quando minhas aulas recomeçam porque depois fica difícil pra ler coisas por fora.
Leandro José
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Interessante a idéia. Bem eu não sou de ler muito livros, por isso os últimos que eu li acabam sendo os melhores também, até porque eu sou bastante seletivo ;-)
Tuareg - Alberto Vázquez-Figueroa (****)
Muito bom esse livro, adorei! Conta a história de um homem que é tipo um "índio" do deserto. Que tem um de seus códigos de honra quebrados por forasteiros e logo então parte pra "vingança". É uma aventura muito boa no sentido que é mais tática e inteligente do que do estilo Rambo por exemplo. O Tuareg é bastante inteligente e também é bem interessante conhecer a cultura desse povo que existiu/existe de verdade nos países árabes. Recomendo pra todos que gostam de livros de aventura.
I Am Legend - Richard Matheson (li em inglês mesmo, não sei o título em português)
Gostei bastante do livro. Ele narra a história do último homem em um mundo que foi dominado por vampiros. O que eu mais gostei é que não é um livro cheio de fantasias. O sobrevivente não é um Rambo, é um sujeito normal que fica depressivo pela solidão. Tenta dar explicações racionais/científicas pro "vampirismo" muito legais também. Recomendo (****)
Alta Fidelidade - Nick Hornby (****)
Esse deve ser lido por todos amantes de música, principalmente fãs do Bruce Springsteen. O filme baseado no livro é muito bom também e acredito que todos devem ter assistido.
Um Grande Garoto - Nick Hornby (****)
Muito bom também no mesmo estilo de humor de Alta Fidelidade, algo óbvio já que é o mesmo autor. Filme excelente também.
A Dança Da Morte - Stephen King (****)
Depois que li I Am Legend eu vejo que King foi extremamente influenciado pelo mesmo. Essa história ao invés de vampiros, um vírus mata quase toda a população da Terra (algo em torno de 99,6%) e conta a história dos sobreviventes tentando reconstruir a civilização. É um livro bem longo, em torno de 800 páginas mas eu adorei quando li. Li em uma semana!
O Jogo Do Exterminador - Orson Scott Card (****)
Apesar do título horrível em português esse livro é muito bom. Um verdadeiro clássico da literatura juvenil. Conta a história de um menino de uns 6-8 anos superdotado geneticamente pelo governo que é levado pra ser treinado no exército pois a Terra está em guerra com uma raça alienígena. Não é um livro de aventura ou ação. Ele foca mais no lado psicológico do personagem e no seu treinamento. Na época que eu li o livro eu andava meio triste e fiquei bastante comovido com a história. Recomendo também!
Eu li alguns outros livros durante esse tempo mas eles não me marcaram ou foram largados pela metade. Nenhum famoso. Com exceção do Senhor Dos Anéis que eu achei a narrativa muito lenta e por isso larguei pela metade, acredito que ter visto os filmes antes acabou por tirar a graça do livro.
Killer Joe (da lista The Ties That Bind)
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eu leio muito e com freqüência mas também em inglês, eles valem?
os mais recentes:
'Tis Herself: A Memoir - Maureen O'Hara Amestrando Orgasmos - Ruy Castro O Gordini Mal Assombrado - Sérgio Quintanilha e Isabel Reis O Dia Em Que Matei Meu Pai - Mário Sabino A Música Do Cinema - João Máximo
Maureen e Música estariam entre os cinco que gostei.
Biografias de Irene Ravache, Anselmo Duarte e Ruth De Souza (lançados agora pela Editora Imprensa Oficial Do Estado, li os originais).
Rubens Ewald Filho
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lá vai!
5 livros recentemente lidos:
1. A Divina Comédia - Dante (ainda lendo) 2. Malu De Bicicleta - Marcelo Rubens Paiva 3. Clube Da Luta - Chuck Palahniuk 4. Minority Report - Philip K. Dick 5. O Retorno Do Rei - J.R.R. Tolkien
5 últimos que mais gostou:
1. O Retorno Do Rei 2. Clube Da Luta 3. Minority Report 4. Como Ser Legal - Nick Hornby 5. Malu De Bicicleta
Renato Thibes
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Recebi um comentário no meu blog pedindo para que eu respondesse uma pesquisa sobre livros, então aqui está! =)
Do mais recente ao menos recente:
Vittorio, O Vampiro - Anne Rice Pandora - Anne Rice História Do Ladrão De Corpos - Anne Rice Artemis Fowl, O Código Eterno - Eoin Colfer Memnoch - Anne Rice
Eu gostei muito de todos estes, mas os meus livros favoritos em geral são os que tratam de vampiros (da lista, apenas o "Artemis Fowl" não se encaixa nesse tema) e, dentre eles, todos os das Crônicas Vampirescas (Anne Rice) me agradam mais!
Obrigada pelo seu interesse e espero ter sido útil!
Ana Carolina Elias Pedretti
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Últimos livros que tive oportunidade de ler:
Demian - Hermann Hesse (em progresso)
Antes foram os seguintes:
1933 Foi Um Ano Ruim - John Fante Tiros Na Noite - Dashiell Hammett Direito Constitucional Comparado: Introdução, Teoria E Metodologia - Ivo Dantas Truffaut / Hitchcock - François Truffaut Breve Romance De Sonho - Arthur Schnitzler
Pablo Mochel (da lista Cinefelia)
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Gostei muito da idéia! Principalmente por trabalhar lendo muito (faço doutorado em sociologia na Unicamp e sou professor de história, então já viu!) sempre procuro balancear meu tempo com alguma literatura. Aqui vai:
Uma Criatura Dócil - fabuloso pequeno livro de Dostoiévski, leitura para uma tarde. História da relação entre um homem mais velho e sua jovem esposa, só que narrada de dentro da cabeça deste homem, com todas as confusões que caracterizam a nossa forma de pensar, com idas e vindas, esquecimentos e lembranças. Pode parecer pouco, mas o resultado é um dos mais belos livros que já li.
Os Trabalhadores Do Mar - obra-prima de Victor Hugo e também uma linda e empolgante história, sobre um homem, um amor improvável e a vitória sobre o mar (a própria natureza). Um livro do período romântico da literatura, mas que ajuda a entender muito o sucesso do gênero.
Drácula - Bram Stoker. Nem preciso falar mais nada. É diferente do filme.
A Metamorfose - Kafka pode ser perturbador, mas nesta história que também se lê em uma tarde ele mergulha na transformação de um homem e de sua família, nos levando a refletir sobre a vida em nossa sociedade e as relações "humanas".
Crime E Castigo - estou em uma fase de leituras russas. Outra obra máxima de Dostoiévski, entrando na mente perturbada de um assassino.
Boas leituras!
Vitor BM (da lista The Ties That Bind)Marcadores: 2004, Pesquisa Literária
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Convite
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Arquivo X (The X-Files)
Finalmente vi o episódio que faltava para ter visto a série completa. Não tinha visto Demônios que curiosamente passou nos EUA na data do meu aniversário em 1997... Como cada dvd contém 4 episódios revi os outros e lembrei como essa série era boa e como impactou a audiência na época. Senti falta depois de algum seriado que abordasse os temas que o seriado abordava nos dias de hoje. Tanto a parte ufológica quanto os fenômenos paranormais variados vistos pelo olhar crédulo de Fox Mulder e o cético de Dana Scully. Os diretores, os roteiristas, a dupla central perfeita, a trilha sonora, a fotografia, as locações, tudo se encaixou no momento exato para o sucesso. Millennium, a outra criação de Chris Carter, trilhava um caminho semelhante, com várias referências bíblicas, a idéia do mal (sua procura e/ou existência) através dos serial killers num tom mais sério e sombrio (por isso seu fracasso que durou apenas 3 temporadas). Arquivo X durou 9 anos e passou por muitas mudanças, mas revendo a série dá pra perceber como ela é fascinante e ainda cativante, fazendo da revisão quase um primeiro olhar. Espero que Millennium chegue ao dvd para dar chance aos que não viram o seriado na época. E quem sabe um dia eu tenha a oportunidade de ter todos os episódios de Arquivo X em dvd para ver e rever.
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Ligado Em Você (Stuck On You)
Esse novo filme dos Farrellys confirma a nova tendência vista em O Amor É Cego, eles querem cada vez mais dar densidade dramática onde antes só havia humor. Se eu já não era lá muito fã do humor deles (parece que eu gostava mais do Jim Carrey mesmo já que ele em outros filmes, mesmo que fracos como Todo Poderoso, consegue fazer mais graça do que os Farrellys aqui) imagine quando tentam fazer drama... Temos os momentos "que gracinha" das lembranças dos irmãos por toda vida ligados, que sensíveis hehe. Algumas boas risadas aqui e ali, mas colocadas num filme muito longo e totalmente sem ritmo (onde já se viu numa comédia a platéia bocejar e eu ficar vendo as horas?) embaladas numa história bem batida (dupla que se separa e vê como era boa junta para no final arranjar um meio termo bom para os dois) e piadas regionais demais (ainda se fossem engraçadas...). Mesmo com tudo isso a dupla Matt Damon e Greg Kinnear está bem, são críveis como irmãos siameses que se gostam, mas são constantemente atrapalhados pelos coadjuvantes fracos (Cher, Eva Mendes, Wen Yann Shih e um perdido / desperdiçado Seymour Cassel). E ainda temos Meryl Streep pagando mico (agora ela quer ser "in" trabalhando com os Farrellys e o Kaufman?) num musical nada inspirado (ou engraçado ou tocante ou qualquer coisa)... Não chega a ser ruim, mas é esquecível, do tipo que não desperta vontade nem de rever caso passe numa sessão da tarde...
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quarta-feira, abril 07, 2004
Amor Maior Que A Vida (Waking The Dead)
"Waking The Dead is a moving drama about loss that is not what you'd expect"
"Waking The Dead is an elegy, but it's also a profoundly moving testament to the power of love and kindness"
Como gosto deste filme! Gosto não, adoro! Nem tem explicações. Lendo algumas críticas da época não achei uma que elogiasse muito, encontrei mais eram depoimentos bem pessoais de gente que adorou o filme como eu, sendo no imdb ou até no site do Telecine (raramente colocam comentários lá, por isso a bela surpresa das pessoas querendo indicar o filme). A do Jonathan Rosenbaum não é muito elogiosa, mas é boa. Há uma entrevista legal com Keith Gordon aqui.
Fielding Pierce: I'm in this whole fucking room by myself, and I'm choking on the collective sense of superiority.
Finalmente tenho o dvd do filme, antes tinha apenas a fita selada e uma cópia em vhs do dvd. O aúdio de comentário do Keith Gordon é muito bom e há muitas cenas cortadas. Fico esperando que haja no futuro um dvd especial com muitos extras de Sem Medo De Viver (Fearless) um filme muito pessoal para mim. A edição nacional (e estrangeira) do dvd não tem nada.
Essa semana emprestei a fita do filme para meu primo levar para São Paulo e assistir com a namorada, além dos pais, da irmã e do irmão. Depois quero ouvir os comentários.
Sarah Williams: You have to love me too. Not an image, not an idea. And not in spite of who I am.
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Passado condena...
De se perguntar: que diabos é isso?! Revela que quando jovem não tinha talento pra desenhar (e nem hoje), que gostava muito de Ronin do Frank Miller e sei lá mais o quê!
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Summer Sunshine
Novo single do novo álbum do The Corrs, Borrowed Heaven.
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domingo, abril 04, 2004
Atores
Tava percebendo que Mira Sorvino também tem a maldição dos ganhadores de Oscar de coadjuvantes que depois de ganho o prêmio não fazem nada muito relevante depois. Desde Poderosa Afrodite o que ela fez que realmente é significativo em seu trabalho como atriz? Ela participou de alguns bons filmes (Brincando De Seduzir e O Verão De Sam), outros nem tanto (Loucos Por Dinheiro e À Primeira Vista) e um monte que ninguém ouviu falar. Sua tentativa de "heróina" não foi nada bem sucedida (Assassinos Substitutos e Mutação) e acabou virando coadjuvante de luxo (como Marisa Tomei). Daqui a pouco vai ser lembrada só como a ex-namorada do Quentin Tarantino?
Será que Renée Zellweger se livrará de tal maldição? Pelo menos ela já tem uns 3 ou mais bons trabalhos no currículo caso caia na vala comum.
Quando o ator ou artista nesta posição percebe sua situação como isso deve bater nele? Ou será que ele nunca toma conhecimento disso e isso que o faz continuar trabalhando? Ou tem aquele que percebe e começa a explorar isso, se auto-ridicularizando e se tornando um personagem de si mesmo?
Alguém que tenho curiosidade atual em saber como vai se posicionar: Parker Posey. De musa indie para... o que mesmo? Participações em Will & Grace e figurações em projetos de amigos?
Carreira tão imprevisível essa de ator... uma das causas é infelizmente eles não serem a pedra fundamental da criação e sempre dependerem de alguém. Não acho que seja questão de talento, muita gente sem continua firme e forte, outros com estão esquecidos. Uma mistura de má sorte e agentes ruins (com direcionamentos errados), talvez.
Por isso é legal ver diretores que são fãs de atores e se importam com eles, podendo reerguer carreiras e descobrir gente nova.
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sexta-feira, abril 02, 2004
Hope Springs - Um Lugar Para Sonhar (Hope Springs) ** - meio fraco, mas tem a Heather Graham...
Honkytonk Man (Idem) ***1/2 - bela história de amadurecimento ao mesmo tempo uma luta para ser alguém (do menino e do protagonista) com Clint Eastwood atuando com seu filho (tem até um sinistro clima de filme final, testamento e herança que felizmente não se realizou, já que não foi o último filme de Clint).
A Vingança De Frankenstein (The Revenge Of Frankenstein) *** - mais um bom filme da Hammer dirigido pelo Terence Fisher.
Semana Santa (Idem) *** - lembra os giallos de Dario Argento (acho que é influência mesmo, mas não confirmei) com Mira Sorvino resolvendo crimes em Madri.
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quinta-feira, abril 01, 2004
Já estão falando de um novo filme de Arquivo X, o que seria legal se retomado com os atores principais e Chris Carter coordenando, mas eu queria mesmo era ver Lance Henriksen numa versão para o cinema de Millennium (com Glen Morgan e James Wong escrevendo). Frank Black tem que voltar!
Não sei ainda o que achei de Summer Sunshine, a nova do The Corrs. Espero que no álbum ainda tenha as canções de raízes irlandesas e até as instrumentais. A virada da Andrea ao cantar "like nobody else" ao menos é atrativo.
A parceria Dulce Pontes e Ennio Morricone trouxe o belíssimo álbum Focus e Amor A Portugal (o tema de Era Uma Vez No Oeste) é de fazer chorar.
Estaria Nancy Sinatra virando hype? Parece que vem com álbum cheio de participações especiais (Morrissey, Bono, etcs) e Quentin Tarantino coloca Bang Bang no início de Kill Bill 1. Summer Wine foi regravada pouco tempo atrás pelo The Corrs com participação do Bono, ficou ótima. Robbie Williams fez um dueto com a Nicole Kidman para Something Stupid que todo mundo lembra era o dueto entre Nancy e seu pai, Frank. Stanley Kubrick botou These Boots Are Made For Walking na trilha de Nascido Para Matar e a canção voltou na trilha de A Mexicana (e também em Coyote Ugly se não me engano). Acho que seria legal uma regravação dessa canção por um novo talento por aí (uma cantora seria melhor).
David Lynch fez um comercial para a Christian Dior e acaba de sair mais um livro sobre sua obra, Pervert In The Pulpit - Morality In The Works Of David Lynch.
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