terça-feira, junho 29, 2004
Brian De Palma
De Palma Moment
No set de Dublê De Corpo.
Coincidentemente no set de Tá Na Mão.
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Millennium chegando em dvd
• 22 episodes on six discs
• Commentary by Chris Carter on the pilot
• Commentary by director David Nutter on Gehenna
• "Order In Chaos: Making Millennium Season One" documentary
• "Chasing The Dragon: A Conversation With The Academy Group": a look at real-life profilers
• Creating the logo and title sequence
• Pilot TV spots
Agora é esperar chegar aqui.
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domingo, junho 27, 2004
Viridiana (Idem)
Filme de Luis Buñuel ganhador da Palma De Ouro. Hoje é um bom filme, de anti clericalismo tipicamente de Buñuel, só não chega a ser tão polêmico quanto acho que deva ter sido na época (na Espanha foi proibido). O retrato dos pobres é ácida ainda mais se posta em paralelo à ingenuidade assistencialista da protagonista que abre a mansão do tio recém falecido para que os necessitados morem e comam. Curiosamente o filho distante do tio que volta para pegar sua parte é um capitalista frio que mesmo assim é o mais consciente e até visto como boa pessoa (o final dá uma visão dele muito engraçada e esperta). A reprodução da santa ceia dos mendigos é antológica. Um outro detalhe brilhante de Buñuel: o crucifixo que também é um canivete. Hilário!
Escola De Rock (School Of Rock)
Filme mais convencional do Richard Linklater, não que ele seja um cineasta muito distante do tradicional, mas aqui ele parece realmente contratado abordando algo não muito pessoal (pelo menos é o que se passa na tela). É um filme show para o Jack Black, quem não o curte vai odiar o filme já que ele tem a liberdade de exagerar e abusar de caras, falas e gestos. As boas coisas são as referências de rock (tanto nas falas quanto no que se toca). As crianças são bem escolhidas (e tocam / cantam de verdade), mas não brilham. Joan Cusack está ok, mas mal caracterizada, não passa em nenhum instante a impressão de ser uma rígida diretora. Talvez o roteiro de Mike White que seja problemático mesmo, não criando muitos obstáculos (a reação dos pais é mínima e causa apenas uma cena de pequena tensão; a namorada certinha é esquecida) para uma história já contada mil vezes. E também criando poucos momentos realmente divertidos (e o que foi divertido talvez tenha vindo de improvisações de Jack Black) e muitos momentos inúteis e chatos (a saída com a diretora, o pedido para participar da Batalha Das Bandas, etcs). A única performance musical é deixada pro fim, mesmo que saibamos pelo tema e pelos trailers que esse momento existe (poderia ter mais no meio do filme), como se o material (a canção final) não fosse forte o bastante, tendo que deixar o melhor pro final. Os comentários em aúdio do diretor e do ator principal no dvd são decepcionantes por não falarem quase nada de interessante (outra prova do quão pouco pessoal e/ou empolgante foi para Linklater este trabalho). Há mais extras: bastidores, clipe, diário dos atores mirins no festival de Toronto, um dia na vida de Jack Black durante as filmagens, um pedido especial para o Led Zeppelin, etcs. Enfim, podia ser bem mais.
Sobrevivente (Survivor)
Primeiro livro de Chuck Palahniuk que leio. Ele ficou conhecido quando Clube Da Luta foi adaptado para o cinema. Não ficou uma má impressão, mas também não é um trabalho que impressiona. Há bons momentos nesta história do único sobrevivente de uma seita religiosa maluca. Começa do fim e é narrado em primeira pessoa (o sobrevivente) com os capítulos em ordem contrária (mais para indicar uma contagem regressiva do que qualquer outra coisa). Comentasse de religião (claro), educação, showbusiness, fama, alienação, sexo, psicólogos entre outros. Há dicas (mais concentradas na metade inicial) de toda espécie de afazeres domésticos que são curiosos (verdadeiros?) do tipo como se portar à mesa em jantares refinados, fritar um bacon sem que ele enrole, tirar determinadas manchas de roupas, etcs. O livro é de 1999 e não sei se causou assombro sobre algo pós 9/11 aumentando ainda mais o culto ao Palahniuk. Não consegui visualizar o protagonista em nenhum momento (ele muda fisicamente da metade pro fim), mas a mulher que aparece na história me lembrava uma versão mais calma e deprimida da Courteney Love. Aliás, esse livro parece que vai ser adaptado pras telas e Madonna queria fazer a mulher. Spike Jonze estava interessado também. Vamos ver, talvez visualmente a história possa ser mais interessante (a parte da mídia e o final ficariam bem legais). Como não consigo avaliar ou ter uma opinião definitiva sobre um escritor com um só livro tento dar chances até que eu leia dois ruins para desistir de ler outro livro de algum escritor (um caso extremo: Paulo Coelho, por exemplo, ainda está em avaliação, já li três e um achei bom, outro ruim e outro normal).
Saiu um dvd duplo com um documentário sobre o autor. Parece ser ao menos interessante. Chama-se Postcards From The Future - The Chuck Palahniuk Documentary e não sei se está à venda em outro lugar senão no site oficial dele. Há um trailer disponível para ser baixado aqui.
Eis um texto sobre Sobrevivente e outros dois sobre o Palahniuk. Há o conto dele disponível que ele leu para uma platéia nos EUA e "fez mais de 40 pessoas desmaiarem ou passarem mal", aqui. Exagero, é bem engraçado e só (um curta disso seria hilário).
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Promo De Livros
Nas Americanas (não a virtual) há livros em promoção por 9,90. A maioria da editora Ediouro, mas outras editoras também aparecem. Já tinha levado 5 em momentos distintos e anteriores: Focus do Arthur Miller, Ivan Vê O Mundo do Ivan Lessa, Vida Ética do Peter Singer, O Umbigo De Adão do Martin Gardner e A Globalização Do Crime do Jeffrey Robinson. Essa semana aproveitei pra levar 4 de uma vez. Eis os títulos e um release de cada um:
O Grande Livro Dos Símbolos
Jack Tresidder
"Os símbolos tradicionais formam uma simplificação visual de idéias e ainda assim suas funções e significados estendem-se para algo bem mais amplo que isso. Por milhares de anos eles têm permitido a escultores, pintores e artífices concretizar e reforçar pensamentos e crenças profundas sobre a vida humana em imagens singulares, imediatas e poderosas. O jornalista Jack Tresidder traz, nesta obra, um levantamento cuidadoso dos simbolismos tradicionais de todo o mundo, traçando os significados de mais de mil símbolos e emblemas. Aborda símbolos universais como o ovo, o leão e o dragão, assim como os símbolos específicos das maiores religiões ou ordens, como a alquimia e a Rosa-Cruz, fornecendo definições ricas e detalhadas. O livro expõe tanto os significados específicos quanto culturais, não deixando de lado os significados na Psicologia, de acordo com Freud e Jung."
Diários De Nanny
Emma McLaughlin & Nicola Kraus
"Ao ser lançado nos Estados Unidos esse romance causou frisson. A história se baseia nas experiências reais das autoras, que trabalharam como babás em endereços chiques de Nova York. Elas transformam esse universo em cenário de uma ácida comédia de costumes. Fornecem um retrato da infância vivida em apartamentos suntuosos, sob o reinado de pais que mal vêem os filhos e os educam segundo regras curiosas, por exemplo, enquanto papai e mamãe vão aos melhores restaurantes, o garoto tem de comer uma refeição macrobiótica milimetricamente balanceada. Essas futilidades são vistas pela ótica de Nanny (babá, em inglês), uma estudante que ganha a vida cuidando dos filhos de famílias ricas."
A Assustadora História Do Terrorismo
Caleb Carr
"O consagrado autor norte-americano Caleb Carr aborda nesta obra, um assunto tão antigo e, ao mesmo tempo tão atual, que desperta interesse e temor nas pessoas. Numa linguagem elegante e saborosa, ricamente ilustrado, com vasta bibliografia no final, o autor narra com maestria a assustadora história do terrorismo. O trabalho examina a história do terrorismo, suas raízes históricas desde os primórdios e mostra o porquê de suas práticas destrutivas. O autor aborda atos específicos das práticas de terrorismo, desde o Império Romano até a Idade Média, chegando aos eventos mais recentes, incluindo a Guerra de 1812, a Guerra Civil e o ataque ao World Trade Center e ao Pentágono."
A Arte Dos Impressionistas
Janice Anderson
"O Impressionismo foi o mais importante movimento na arte ocidental no sec. XIX. Este volume, ricamente ilustrado, apresenta cinquenta obras de arte de autoria desses impressionistas que, inicialmente, foram tão hostilizados."
O do Caleb Carr eu queria comprar há tempos, mas sempre ficava esperando aparecer numa promo (o livro custa quase 40 reais). Bom que apareceu e ainda por 9,90. Eis um texto sobre o livro. O das babás eu comprei para que minha mãe leia, mas acho que lerei também. O de símbolos não conhecia e resolvi arriscar por ter achado bem interessante o tema. O dos impressionistas é básicão, com capa dura e papel de qualidade.
O livro do Ethan Hawke, Quarta Feira De Cinzas se encontra nessa promoção.
Ficam as dicas.
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sábado, junho 26, 2004
Register & Fante
Ah como é bom quando deparo com os encontros da vida, as coincidências... Vejam só, estava vendo algumas obras do John Register - um pintor que já comentei por aqui tempos atrás, com temática semelhante ao Edward Hopper, só que não usando muito o elemento humano - quando vejo alguns desenhos que ele fez para o brilhante Pergunte Ao Pó do John Fante! Que felicidade ver essas interligações! Foi para uma edição chamada Prologue To Ask The Dust. Vejam a seguir os desenhos:
Poderia dizer que tem tudo a ver, mas na minha cabeça as coisas que gosto vez por outra acho que tem tudo a ver umas com as outras, o que sei que é delírio. Ainda mais que não sei ficar teorizando sobre isso. Mas é que não tenho uma escola, um padrão, uma fórmula ou estilo a seguir, por isso as interligações são mais esparsas. Se eu fosse um tipo refinado poderia achar iguais toda hora, um jazzista que curto lê certo tipo de escritor que tem um filme como favorito ou uma obra erudita favorita que foi usada num trecho de certo filme especial. Ou um indie que vê suas bandas favoritas sendo citadas pelo cineasta indie do momento. Tribos específicas que contêm mil ligações entre si. Agora, vai dizer que há uma ligação óbvia entre Bon Jovi e Samuel Beckett? Entre Tom Clancy e Yasujiro Ozu? hehehe Então quando vejo conexões assim um sorriso grande nasce por aqui.
Os desenhos passam bem o clima do livro. Medo: estão fazendo um filme baseado no livro e o Colin Farrell será o Arturo Bandini (?!). Ao menos Salma Hayek também está no filme.
Algumas outras obras de John Register (e uma foto do pintor) coloquei no Bando De Cá.
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quarta-feira, junho 23, 2004
Cidade Sem Compaixão (Town Without Pity)
Ótimo filme sobre o julgamento de quatro soldados americanos que estupram uma garota alemã. O que seria algo simples (o estupro é evidente) se transforma num painel complexo da justiça e da vida em comunidade. Isso fica evidente quando percebemos que o ator principal, Kirk Douglas, fará o advogado de defesa dos soldados e o filme acompanhará o seu trabalho. Fiquei pensando se a ótima série O Desafio (The Practice) não se inspirou neste filme pois também lá o foco é nos advogados de defesa que geralmente são vistos como os vilões ao defenderem traficantes, assassinos, estupradores e outros. Também o ataque frotal do advogado com a vítima (o momento central do filme) acontece em muitos episódios da série (são momentos fortes quando a pressão psicológica chega ao limite). Kirk Douglas está ótimo. A garota, Christine Kaufmann, é bonita e está bem. Um dos acusados é Robert Blake (que na vida real atualmente está no banco dos réus de novo por ser o mandante do assassinato da esposa). O final é poderoso. O filme ganhou o Oscar de canção original (canção essa que volta e meia toca no filme e a letra é significativa do que se apresenta). Um grande filme.
Dominados Pelo Ódio (Machine-Gun Kelly)
Filme de Roger Corman com Charles Bronson encarnando o famoso bandido. Não sei até que ponto o filme tenta dar um retrato do verdadeiro Kelly. No filme ele é visto como temeroso à morte e supersticioso com sinais, além de medroso e manipulado pela mulher que o acompanha. O filme é curto e vemos apenas 2 assaltos e um seqüestro da filha de um magnata que vai ser o tema principal da história. Bem realizado e com bom final.
John E Mary (John And Mary)
Uma surpresa este filme romântico com Dustin Hoffman e Mia Farrow. É muito boa a história do dia seguinte de um casal que se conhecera na noite anterior. O desconforto que dá na manhã seguinte, as atitudes que deflagarão as reações que podem ou não minar um futuro relacionamento, os pensamentos, o passado, tudo comprimido em um dia. Não tem como não se identificar com vários momentos do filme. Ele usa muito bem os flashbacks (dos relacionamentos anteriores de ambos) e mistura os tempos, incluindo cenas de imaginação, do passado distante e de flash forwards. Também ouvimos os pensamentos de ambos, que são muito divertidos e reais. O contexto político e social dos anos 60/70 é evidente tanto na questão sexual quanto na política (num flashback com o namorado anterior dela, um político). E pensar que a direção é de Peter Yates que no ano anterior tinha feito Bullitt e hoje em dia... Sua decupagem é muito boa (grande parte do filme se passa no apartamento de Dustin). Mia Farrow está particularmente interessante. Dustin Hoffman está ótimo. O filme é uma ótima surpresa que merece ser conferida.
Grande Menina, Pequena Mulher (Uptown Girls)
Brittany Murphy e Dakota Fanning estrelam essa comédia sobre uma mulher que ainda não amadureceu e uma menina por demais madura. O carisma das duas (principalmente de Dakota) ajudam o filme, mas só lembrarmos de Um Grande Garoto para percebemos que é inferior (com momentos semelhantes entre os filmes). Boaz Yakin dirige. Nos extras fica mais evidente a versatilidade de Dakota (mais sorridente, no filme ela tem que ser mais séria) onde até o diretor afirma que pôde explorar o personagem com ela pois falar com ela é como se falasse com uma pessoa de 40 anos. O final no teatro até parece cópia do final de Um Grande Garoto onde até um adulto vai de guitarra no palco para ajudar a garotinha...
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Os Maias
Um das melhores minisséries televisivas já feitas no país e, puxando o saco nosso um pouco, no mundo. Há que se valorizar trabalho tão bem feito com produção luxuosa, elenco espetacular, adaptação de primeira e direção primorosa. Óbvio que aqui e ali vemos que não dá pra ser como as minisséries estrangeiras com orçamentos pesados, mas em nada diminui o produto final.
Foi a estréia de Simone Spoladore na tv e o poder imagético dela é tamanho que nem Ana Paula Arósio na segunda parte consegue nos fazer esquecer da parte inicial (que seria o primeiro dvd, as 3 horas e meia iniciais).
Luiz Fernando Carvalho é um senhor diretor (seu longa de estréia, Lavoura Arcaica, eu considero uma obra prima) que mesmo num veículo outro (a tv) consegue impôr um ritmo e um cuidado próprios. E o próprio contexto da minissérie nos remete ao cinema de Luchino Visconti.
A primeira parte é primorosa (pode-se dizer que a minissérie tem duas partes - o romance de Pedro e Maria e depois de Carlos Eduardo e Maria Eduarda) onde Leonardo Vieira e Simone Spoladore estão magníficos e há um andamento mais lento e cinematográfico. Um dos primeiros encontros do casal em Cintra ao som de Haja O Que Houver são inesquecíveis pela antecipação (como em In The Mood For Love) onde Vieira encosta no muro por um instante antes de vê-la do outro lado e sorri como se o contato primeiro tenha sido de almas e não de corpos.
Na segunda parte há trechos onde percebemos um ritmo de novela, com muitos diálogos e situações acontecendo, mas não enfraquece o todo.
O poderoso elenco tem em cada intérprete seu momento de força, por isso destaco Walmor Chagas, Osmar Prado e Selton Mello (além do casal da primeira parte) e cito o restante:
Ana Paula Arósio, Fábio Assunção (não rendendo como o esperado, mas em sua melhor atuação), Paulo Betti, Stênio Garcia, Maria Luísa Mendonça, Eliane Giardini, Otávio Augusto, Cecíl Thire, Antônio Müller (compondo um personagem odioso muito bem), Ewerton De Castro, Sérgio Viotti, Eva Wilma, Marília Pera, Dan Stulbach, Matheus Nachtergaele (numa ponta) e outros.
Talvez a maioria saiba da história contada e os temas ligados (o destino, o amor, a história social, a decadência da aristocracia, etcs) por isso nem explicito aqui.
Os 881 minutos não intimidam já que nunca cansam e o interesse permanece em todos os momentos. Em dvd a experiência é melhor ainda, sem esperar pelo capítulo do dia seguinte e não ter os comerciais. Ao mesmo tempo fica mais evidente o aspecto de produto televisivo ao termos algumas canções específicas para certos momentos que se repetem (as canções do Madredeus por exemplo). Algumas caracterizações de tempo não são bem realizadas (alguns personagens não mudam nada com a passagem dos anos!). A ótima direção de arte é da irmã da cineasta Tizuka Yamazaki. O final é em tom trágico bem carregado.
De extras temos alguns depoimentos do elenco (Osmar Prado é enfático ao declarar que Os Maias é um fato histórico na televisão mundial), da escritora e de uma professora (que infelizmente lê o texto para a câmera). Faltou uma entrevista com o diretor além de bastidores (o que não deve faltar no arquivo da emissora).
A edição do dvd é a que o diretor quis, eliminando tramas paralelas de outros livros de Eça De Queiroz. Fica a curiosidade de ver as tramas cortadas (parece que sairá em outro dvd), quem eram os atores dessa parte e se havia algum contato com a trama principal (a escritora diz na entrevista que evitou isso).
Uma entrevista com o diretor pode ser lida aqui.
Fica a vontade agora de rever a minissérie Grande Sertão Veredas que na minha memória foi outra grande obra da televisão brasileira.
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segunda-feira, junho 21, 2004
Pixar Short Films
Os curtas da Pixar se vistos na ordem e em seqüência mostra a evolução das técnicas utilizadas além de mostrar ótimos roteiros, um dos trunfos dos futuros filmes da empresa.
Os curtas são:
1984: Adventures Of Andre And Wally B.
1986: Luxo Jr.
1987: Red's Dream
1988: Tin Toy
1989: Knick Knack
1997: Geri's Game
2000: For The Birds
2002: Mike's New Car
Apenas o último tem falas (com os dubladores de Monstros S/A John Goodman e Billy Crystal). O grande talento é John Lasseter que criou 4 destes curtas e tem as melhores histórias (Tin Toy é brilhante em falar de tanta coisa em pouco tempo), logo após realizou Toy Story 1 e 2, Vida De Inseto e foi produtor de Monstros S/A e Procurando Nemo. Ele também apresentou e fez a produção americana dos filmes de Hayao Miyazaki nos EUA.
O logo da Pixar veio do curta Luxo Jr.
Os três últimos têm os melhores visuais (um deles ganhou o Oscar), mas não chegam a ser tão profundos e imaginativos quanto os de Lasseter, se pautam mais em serem engraçados do que em causar reflexão junto com diversão.
In a few short minutes Tin Toy says more about empathy and compassion than most full-length features!
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sábado, junho 19, 2004
Herb Ritts
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O Inocente (L'Innocente)
O último filme de Luchino Visconti é um belo encerramento para uma grande carreira, mesmo que seja um final carregado de tragicidade. A história hoje em dia todos conhecem este tipo de comportamento do protagonista: tem uma amante quase que declarada, mas a partir do momento que a esposa tem caso com um escritor ele se amargura e descobre o amor pela esposa, até que ela diz que está grávida do amante. Trama que daria um dramalhão daqueles, mas não é o que ocorre. Uma cena de assassinato é especialmente forte. O casal principal tem nuances comportamentais muito boas que culminam em toda a ação ao final. Pode-se ver até um homossexualismo enrustido nas atitudes do marido em relação ao amante da esposa (e o filho deste relacionamento), senão vejamos, afirmação de masculinidade em esportes e no sexo, castração diante da impossibilidade de vingança física, ódio ao fruto gerado da infidelidade. Parece mais que o centro das coisas não era a esposa, mas o amante, mesmo que indiretamente. E como essa relação homossexual é impossível (nem sublimada pode ser mais) só resta o trágico desfecho (poxa, fica parecendo teorias da grande conspiração gay, que tudo no fundo é algo homossexual hehe mas quem sabe não seja por isso que Visconti tenha se aproximado do material?). Jennifer O'Neill está belíssima no filme como a amante. Já Laura Antonelli não achei nem ao menos bela (mas é quem aparece numa bela nudez). Nem preciso dizer na qualidade de cenários e figurinos, e da grande fotografia, além da austera decupagem de Visconti.
O Sorriso De Mona Lisa (Mona Lisa Smile)
Podia ser bom, mas falta algo. O que? Talvez a importância do filme? Qual é exatamente o motivo de retratar aquela escola naquele período para ser exibido nos dias de hoje? Que muita coisa mudou? Não muito se formos ver. Que continua tudo igual? Não, claramente o filme fala que houve mudanças. Então esse em cima do muro e falta de objetividade pesam contra o filme. Por outro lado temos um grupo de jovens atrizes que despontam: Kirsten Dunst (boa como uma mulher má, que ela quase não fez na carreira), Maggie Gyllenhaal (a mais moderna e descolada) e Julia Stiles (bom contraponto para a professora que tem a postura anti-casamento, anti-dona de casa e assim vira dogmática). Julia Roberts aceitando ser a velha da turma até arriscou ser jogada para escanteio diante dessas jovens. Uma coisa mal feita: o namoro de Julia com o professor de italiano. Como de uma hora para outra ela se interessa e sai com ele? Do nada? Mesmo ele tendo demonstrado que dorme com alunas e galinha todas? Em que momento ele fez algo que despertasse o mínimo de simpatia ou interesse nela? Só se cortaram essas cenas na montagem. Como está é gratuito demais e sem sentido (só para ela ter um relacionamento amoroso). O noivo dela também é mal resolvido. A coitada da Marcia Gay Harden não serve para muita coisa. Falando nela não dá pra não lembrar de Max Bickford que em um episódio conseguia ser muito mais relevante que este filme tratando de temas parecidos. Ao menos há uma cena muito boa: quando Kirsten desata a chorar nos ombros de Maggie logo após a ter ofendido. Seria muito comum a Maggie reagir com violência ou jogar o segredo que tinha nas mangas na cara de Kirsten, mas o fato de ela ser compreensiva e assim desarmar a outra foi algo de belo, de maturidade tamanha, de imensa bondade. Uma ótima cena. Os homens no filme são bem mal vistos, nenhum se salva (a não ser o ex-noivo, coitado). Curiosa a participação de Tori Amos no baile. No dvd bons extras sobre a época, a arte (o elenco falando sobre o tema) e a mulher ontem e hoje. A questão da arte (o que é arte? como distinguir arte boa de ruim?) é algo interessante que foi pouco explorada.
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sexta-feira, junho 18, 2004
Livros De Cinema
É notório (é? não sabia hehe) a falta de espaço no meu armário e o constante rearranjamento de livros, dvds e etcs para dinamizar o espaço e facilitar a procura e acesso. Esse fim de semana consegui limpar uma das vagas que tinha muitas pastas de xerox e impressos, assim resolvi juntar um pouco os livros de mesmo tema, no caso, de cinema.
O espaço começando a ser preenchido:
Daí, como tive que tirar os livros sobre cinema para organizar lembrei daquela cena de A Noite Americana quando Truffaut recebe livros num pacote e há um plano demorado dele mostrando as capas para a câmera (algo bem pomposo, mas ao mesmo tempo terno, coisa de fã). Então por que não fotografar o que dava só pra ter de recordação? É o que fiz...
Esse do Doc Comparato deve ter sido um dos primeiros adquiridos, lembro que caia na prova específica de cinema da Usp.
Um pouco de importados. Debaixo do Ozu notei depois que estava o livro sobre o John Cassavetes...
Graças aos sebos pude adquirir vários em bom estado como os do Bogdanovich, do Mojica, do Hitchcock entre outros.
Boa parte está aí entre lidos e ainda não lidos. Como é uma coleção pequena deu pra realizar o intento. Espero que dê para ao menos ter uma noção de quais livros são, já que reduzi o tamanho das fotos.
De sacanagem ia colocar os dois livros do Brian De Palma que tenho em xerox hehe O trabalhão foi uma cortesia do meu primo quando ele estava em Boston e eu precisei dos livros. Pensando hoje eu bem que poderia ter pedido mais livros xerocados da biblioteca pública de Boston...
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quinta-feira, junho 17, 2004
Séries em dvd
Essa moda pegou lá fora e aqui também, ainda bem! Eu até prefiro ver uma série em dvd atualmente do que na tv pois não há comerciais, não precisamos esperar uma semana para ver o que vai acontecer (isso em seriados que usam ganchos entre um episódio e outro) e ainda podemos ter extras. Como os boxes são caros e para poucos é muito bom que as locadoras tenham descoberto este filão, que tem gente que sim, aluga seriados para assistir. Muitos por não ter tvs à cabo e outros por não ter tempo para acompanhar ou não terem o canal específico no seu pacote (eu, por exemplo, não tenho HBO) ou ainda os que querem rever certos episódios ou aqueles perdidos que não reprisam mais.
De cabeça gostaria que saísse logo alguns seriados que não vi nenhum episódio (ou poucos), mas gostaria de ver como são: Freaks And Geeks, Gilmore Girls, Six Feet Under, The Wire, The Office, The West Wing, Oz e Homicide - Life On The Street.
Sopranos é uma que gostaria de ver as outras temporadas (só vi a primeira).
Action e Hidden Hills são duas séries que não passaram da primeira temporada e que se lançadas eu até gostaria de tê-las.
Alias, claro, eu quero ter todas as temporadas, mesmo depois de vistas. Já vi a primeira e mesmo assim um dia espero encontrar a caixa barata para adquirir.
Infelizmente David E. Kelley não é adepto ou está desatualizado porque nenhuma de suas séries chegou em dvd ainda. Mesmo as já terminadas Ally McBeal e Picket Fences quanto as ainda no ar como Boston Public e The Practice. Não sei o motivo.
Se lançada a segunda temporada de Millennium (a primeira também, mas a segunda que é ótima) vale ser conferida.
Space: Above And Beyond foi uma que durou pouco e poderia sair, só vi o piloto mas foi muito elogiada. Foi criada por Glen Morgan & James Wong, a dupla dinâmica.
The Commish só teve a primeira temporada exibida por aqui (na Record), lançar toda a série seria uma boa, ainda mais para surpreender os fãs de The Shield e mostrar Michael Chiklis num papel totalmente oposto ao que faz atualmente.
Uma que não é exatamente uma série, mas vários documentários e merecida sair em dvd é American Chronicles do David Lynch e Mark Frost. Isso sem lembrarmos de On The Air.
Na época do vhs lançaram alguns episódios de The Young Indiana Jones Chronicles. Seria bom sair em dvd. Houve diretores e roteiristas interessantes na equipe.
Fallen Angels tem o mesmo caso. A série noir que adaptava histórias curtas de autores renomados do gênero teve diretores como John Dahl, Keith Gordon, Alfonso Cuarón, Phil Joanou, Steven Soderbergh, Peter Bogdanovich, Tom Hanks e até Tom Cruise.
E que tal Miami Vice em dvd?
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terça-feira, junho 15, 2004
The Unofficial History Of Harley-Davidson Motorcycles
Aproveitando a compra e leitura da revista que celebra os 100 anos da marca resolvi ver esse documentário que é curto (55 minutos) e básico falando dos muitos modelos fabricados durante a trajetória da empresa e um pouco de sua história. Apenas para interessados já que as especificações técnicas das motos, além de closes em motores não é lá algo excitante para os que não curtem. Quem sabe um dia não adquiro a minha? Uma básica Softail Deuce já está ótimo!
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We Stand Alone Together - The Men Of Easy Company
Completando a caixa de Band Of Brothers vi o documentário sobre os verdadeiros homens da Companhia Easy retratados na minissérie. Com mais de uma hora são relatos dos veteranos sobre o treinamento e todas as ações realizadas (pequenos trechos apareciam no começo de cada episódio). Imagens da época e fotos complementam esse ótimo extra. Em alguns momentos bem particulares podemos nos emocionar (como quando os filhos dos veteranos tomaram conhecimento de toda história, já que muitos veteranos preferiam não falar muito da época da guerra para os filhos) e vemos que eles sempre se reunem anualmente pois há uma ligação eterna e profunda entre esses homens.
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UPDATE
Somente agora vi o show da Shakira e é um belo espetáculo, pensado em todos os detalhes. É bom musicalmente (boa banda de apoio que se dá bem nos gêneros pop/world e no rock) e visualmente com ótima iluminação, cenários, figurinos, projeções, uso de gruas, efeitos pirotécnicos e outras surpresas. Pensar que tudo tem a mão da Shakira só dá mais credibilidade à ela. Uma escolha inusitada é ter Back In Black do Ac/Dc no repertório (mas a ligação com o rock é antiga, lembro dela começando, vindo ao Brasil promover seu primeiro álbum e já declarar que gostava mesmo de rock, apesar de usar o pop e outros gêneros musicais no seu trabalho). A voz ao vivo é forte e seu condicionamento físico é muito bom (nas danças e correrias sem perder o fôlego). Numa das canções são exibidas imagens de um jogo de xadrez entre marionetes de Bush e Hussein enquanto todos os integrantes da banda vestem máscaras de políticos. A turnê foi chamada de Mangusto pois é um dos raros animais que comem a serpente (trechos de um mangusto atacando uma serpente aparecem durante o show) o que simboliza para Shakira um sinal de esperança e força (a serpente personificando qualquer coisa ruim, claro). Frases também pontuam o show (uma de Hendrix, por exemplo) como acontecia na Zoo Tv do U2. O show foi em Roterdã na Holanda ano passado.
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Adquiri em saldão a graphic novel de Julio Shimamoto, Musashi e também Logan - A Trilha Do Guerreiro, coincidentemente duas hqs com espíritos similares.
Num outro saldão levei o bom álbum É Música! - Ram Science do dj Ramilson Maia. Não é para todos os gostos, mas para os iniciados é uma boa pedida.
Revi os ótimos The Shape Of Things do Neil La Bute e o cult Donnie Darko. Fiquei com vontade de que o do La Bute fosse lançado por aqui ao menos em dvd com entrevistas para saber mais do filme especialmente pelos atores, já que Rachel Weisz além de apresentar uma de suas melhores performances é produtora do filme (qual o seu interesse no texto? o questionamento sobre o que é arte? a interpretação / manipulação? os relacionamentos?). Também a linda Gretchen Mol participa e gostaria de saber suas opiniões sobre o projeto. Já com Donnie Darko fico na espera da versão do diretor que sairá lá fora em breve nos cinemas.
24 Horas continua descendo a ladeira forçando a barra todo instante ao apresentar recursos já utilizados em outras temporadas e manjados pela audiência. Para quem surpreendeu numa primeira temporada e conseguiu manter o nível na segunda é decepcionante ver o mesmo grupo de pessoas não conseguindo mais ser criativo (claro que aqui e ali sempre acontecem pontas de esperanças, em vão). E a decisão de ter mais uma temporada pode apontar para o suicídio do seriado (manchando a boa reputação adquirida) ou uma melancólica despedida. Somente se houver decisões corajosas e arriscadas de toda a equipe pode-se ter uma nova temporada renovada e de ótima qualidade (fechando de vez a série em grande estilo). O que é difícil...
Já Alias consegue, mais uma vez, revirar todo o seriado de cabeça pra baixo no meio da temporada deixando nós, os espectadores, com mil perguntas na cabeça. E ainda sei que no começo da terceira temporada J.J. Abrams arriscou mais ainda! Mal posso esperar!
Mesmo quem não curta muito Shakira deve ao menos conferir o documentário do dvd Live & Off The Record recém lançado. É muito bem feito e diferente do que os artistas têm lançado por aí ao retratar as turnês. Há uma preocupação artística no projeto, tanto da parte dos diretores quanto da parte da Shakira (que se mostra, para quem não a conhece, muito interessante, fugindo do que seria o esteriótipo da artista pop famosa). Aborda a turnê, mas também os questionamentos dela diante de vários assuntos, sendo uma parte dedicada à Colômbia. Tem política, arte, a indústria musical, relacionamentos, o passado, existência, etcs. Alguns fatos são filmados e editados para dar dramaticidade na coisa como por exemplo o começo (um problema nas costas dela) e o show na Argentina. Gabriel García Márquez aparece num momento (são amigos e conterrâneos). Ela se mostra uma graça de pessoa, ao mesmo tempo que exigente ao máximo (ela admite que não é fácil trabalhar com ela e temos um pouco da sensação ao acompanharmos seu método de trabalho). Só espero que em breve lance algo em espanhol, pois não gosto muito de sua fase cantada em inglês.
Já In The Zone da Britney Spears não vai ter nada de papos interessantes e auto-questionamentos, mas sim ela em puro estado de gostosura em apresentação para a ABC, os bastidores de Toxic, uma breve apresentação no TRL e os clipes Me Against The Music e Toxic. Nos bastidores é que vemos que ela continua uma criança no jeito de ser, mesmo que segundos antes tenha sido extremamente sexy diante das câmeras (uma quase Marilyn Monroe?). E pra não termos dúvidas: a irmã mais nova dela é quase uma irmã gêmea mais jovem! Imagine quando crescer? Teremos 2 Britneys em curto espaço de tempo! Isso é de enlouquecer qualquer futuro marido dela hahaha pode-se dispensar a mais velha e ficar com a jovem cunhada, a versão rejuvenecida!
Muito engraçado ver essas duas estrelas pop quase ao mesmo tempo pois têm muitos aspectos semelhantes e muitos completamente opostos.
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Sepultura - Toda A História
A biografia da banda escrita por André Barcinski e Silvio Gomes é boa e dá um panorama geral de como a banda começou até chegar na separação dos irmãos Cavalera e o lançamento de Against. A escrita é informal e parece uma grande reportagem para uma revista que seria dividida em vários números, ao invés de um texto sisudo, por isso às vezes algumas coisas incomodam, como referências que datam demais certos eventos ou algumas comparações esdrúxulas. Mas, por outro lado, faz a leitura ser bem fluente e não teoriza demais a carreira da banda. Histórias de bastidores bem legais nas turnês. Na briga dos irmãos o lado mais criticado é o de Max com a esposa já que tudo o que afirmaram o livro desmente, favorecendo a versão de Igor e da banda (e creio ser realmente o que aconteceu). É um fato lastimável para essa grande banda, justo no momento de maior sucesso com a repercussão de Roots. Ao menos a banda continuou ativa e forte ao contrário de outras que tentaram se manter mas ficaram fracas, como os Raimundos. Óbvio que lendo o livro dá vontade de ouvir todos os álbuns na ordem para melhor apreciação, ainda bem que tenho um cd-r antigo que parece até ser um complemento ideal ao livro já que tem todos os álbuns e b-sides até o Against.
Fazendo uma comparação li as 70 páginas iniciais da biografia dos Titãs e o texto é muito melhor, pois parece ser bem mais pesquisado e trabalhado. E ironicamente é de uma banda que nem tenho muita afinidade, mas contém ótimas histórias. Pesa também que o livro tem 400 páginas ao contrário do Sepultura com 200. Mesmo assim o livro do Sepultura é um bom painel geral da banda de maior reconhecimento internacional.
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quarta-feira, junho 09, 2004
Doze É Demais (Cheaper By The Dozen)
Boa surpresa. Steve Martin não tem se mostrado exatamente em estado de graça em seus últimos filmes (Droga Da Sedução, A Casa Caiu), desde Os Picaretas ele não acertava como protagonista. O diretor, Shawn Levy, vinha do fraco Recém Casados. Mesmo assim eles acertam desta vez. O filme da década de 50 baseado no mesmo livro foi um sucesso, só que a história era outra. A história do casal com 12 filhos é real e o livro foi escrito por dois dos filhos, mas não há semalhanças com a trama que agora atualiza para mostrar o conflito de pais que tentam ser bem sucedidos na carreira e no lar. É tanta gente que dá até pra se perder, mas tirando umas 2 crianças da família todos os outros são bem caracterizados. Houve o reforço de se chamar astros jovens em ascenção. Tom Welling de Smallville. Hilary Duff de Lizzie McGuire (e também cantora tentando o sucesso). E Ashton Kutcher de That 70s Show (trabalhou com o diretor em Recém Casados e não recebeu crédito neste). Welling está bem, sendo seu primeiro longa. Duff está no filme para ser uma graça e não complica. Kutcher, por sorte, está engraçado. Bonnie Hunt faz um bom par com Martin. Paula Marshall e Alan Huck aparecem pouco como os vizinhos. Se lembrarmos que Wayne Knight (o Newman de Seinfeld) faz uma participação especial - curiosidade: muito mais magro atualmente - quase todo mundo vem da televisão (até Martin com o Saturday Night Live)! Nada muito novo na história, mas há momentos bem engraçados com outros já vistos, mesmo assim não ruins. E também soubesse dramatizar certas passagens focando mais no casal, no filho mais velho (Welling) e na ovelha negra da família (o ruivinho). Ao final temos outtakes que acho sempre importantes em filmes assim, pois mostram a interação dos atores e o clima das filmagens. É claramente um filme pró-família e isso não é novidade nenhuma vindo de um livro que celebra isso na vida real. Bom, meus avós maternos tiveram 10 filhos e acho que poderiam se identificar com essa família caso estivessem vivos. Pena que o dvd nacional é pelado de extras enquanto lá fora há aúdio do diretor e outro dos filhos, cenas adicionais e making of pela visão do diretor (que seria ideal presenciar a interação de todos no set para a criação do ambiente familiar propício). Quem sabe os extras apareçam numa edição de venda (a Fox faz isso às vezes).
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terça-feira, junho 08, 2004
Ensaio De Um Crime (Ensayo De Un Crimen)
Ótimo filme da fase mexicana de Luis Buñuel. Mesmo comportado Buñuel coloca aqui e ali ótimas idéias sobre o desejo e a normalidade. O sonho se faz presença constante. Melhor não falar muito do que se trata para quem não viu; o mote do filme, por exemplo, é ótimo, mas se comentado estraga o final. Belas mulheres escolhidas, cada uma peculiarmente representando os tipos que fascinam Buñuel (e o protagonista).
No Silêncio De Uma Cidade (While The City Sleeps)
Filme de Fritz Lang que retoma o tema do assassino sexual de M, só que aqui em outro tipo de registro. Uma disputa na redação de um jornal faz com que haja uma corrida à procura do criminoso que anda atacando mulheres pela cidade. Bom elenco e boas sacadas, mas no geral o filme é apenas bom, corretamente conduzido.
Suplício De Uma Alma (Beyond A Reasonable Doubt)
Outro filme apenas bem realizado por Fritz Lang. Aqui a trama faz lembrar o recente filme de Alan Parker, A Vida De David Gale, falando da pena de morte. A história, vista hoje, é previsível, só que seu final é ambíguo se considerarmos a opinião de Lang ser contra a pena de morte (no de Parker há um ataque mais forte ao final, enquanto em Lang parece justificar por vias tortas o ato). Dana Andrews foi o ator principal deste e do anterior, realizados no mesmo ano. Se a construção de tomadas e cenários é interessante, além de ter um protagonista curioso no que diz respeito a certas prioridades, no geral o filme me soou envelhecido. Último filme americano de Lang, considerado por uns o seu pior e por outros (franceses, quem mais?) o melhor noir feito. Pra mim nem 8 ou 80. Há um bom texto que dá uma geral nos filmes de Lang aqui.
Curiosidade: na lista de 10 melhores de 1957 da Cahiers Du Cinema Suplício ficou em nono lugar e o de Buñuel em quinto.
Kite
Anime quase sendo um hentai (por ter cenas de sexo) com muita violência e ação, só que curto (50 minutos). A animação não é de grande qualidade gráfica (mas há bom uso de cores), o que chama atenção mesmo é a perversa história de vingança misturada com ação vertiginosa (e exagerada) e distúrbios sexuais (pedofilia em destaque). O final é intrigante pois é bem misterioso, podemos pensar em vários finais após o final oficial. Poderia ser mais longo para desenvolver mais os personagens e ter pelo menos mais uma grande seqüência de ação.
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sábado, junho 05, 2004
Sopranos
Somente agora pude ver a primeira temporada desta famosa série. Por não ter HBO não pude acompanhar e perdi as muitas vezes que passou no SBT (mas já tinha visto alguns episódios da terceira temporada em que Annabella Sciorra participou). Vendo a temporada inteira (apenas 13 episódios de uma hora cada) deu pra ter uma noção geral do fenômeno que a série criou.
Ao focalizar a vida de uma família mafiosa de Nova Jersey seja nos negócios ilegais quanto na vida familiar a série se diferenciou ao botar o protagonista, Tony Soprano, tendo uma crise de meia idade e indo se tratar com uma psiquiatra. A própria série então se bota em auto reflexão, consciente do que é (os personagens sempre citam filmes sobre mafiosos) e mostrando aspectos outros do que tradicionalmente é mostrado nesse gênero.
O ritmo da série é lento. É necessário uma vontade do espectador em primeiro conhecer os personagens e depois querer saber como se desenvolverão, pois não haverá ganchos que o faça querer ver o próximo episódio. Cada um é quase independente do outro, apenas nos 4 últimos da temporada que uma trama vai se desenrolando, provocando curiosidade do que vem pela frente.
Por ser da HBO há outras características que diferenciam das outras séries: não há uma censura, por isso palavrões e cenas mais fortes podem aparecer (violência e sexo); não há comerciais por isso não temos a estrutura de pequenos ganchos para manter a atenção do espectador entre intervalos, a narrativa flui do começo ao fim.
A família retratada (tanto a mafiosa quanto a pessoal) não é glamourosa, é um pouco acima do que seria uma classe média alta e os negócios ilegais não são volumosos, mas são pequenas contravenções, produtos roubados, sindicatos, jogo, etcs são mafiosos pé de chinelo se comparados aos de Nova York, não estão com os carros mais chiques e nem frequentam as festas mais badaladas.
As tramas procuram balancear o que acontece no consultório da psiquiatra com os problemas familiares de Tony e as negociatas mafiosas. Um assunto interferindo no outro. Se há previsibilidade em como certas histórias caminharão (como exemplo o do treinador de futebol das filhas do pessoal ou a entrada no mundo musical de um dos personagens) sempre há um diferencial nas resoluções.
O elenco é muito bem escolhido com pessoas, na época, pouco conhecidas. James Gandolfini é o destaque, díficil depois da série não o confundí-lo com o personagem. Temos ainda a volta de Lorraine Bracco (que há tempos era para mim uma mulher madura muito atraente e continua assim). Edie Falco, uma revelação e que fui admirá-la ao vê-la em Terra Do Sol de John Sayles. Steve Van Zandt em sua estréia como ator, mais conhecido como o guitarrista da E Street Band do Bruce Springsteen. Drea de Matteo que foi conquistando espaço como a namorada de Michael Imperioli. Fora os capangas, o tio Junior e a mãe de Tony.
A série bateu recordes de premiações na primeira temporada que se extendeu para as temporadas seguintes, chegando ao ponto de muitos nem se entusiasmarem ao serem indicados em anos que Sopranos concorria pois a série ganhava todas.
Atualmente a quinta temporada acabou. Houve uma pausa de um ano entre a quarta e quinta devido à problemas salariais. Não sei se haverá uma sexta temporada.
Alguns diretores das temporadas seguintes: Lee Tamahori, Mike Figgis, Rodrigo Garcia, Steve Buscemi e Peter Bogdanovich.
As escolhas musicais são boas, e como são poucas há uma importância cada vez que uma aparece. Uma canção do Bon Jovi aparece num episódio, tendo até referência na fala para valorizar as "coisas da terra", o que não deixa de ser verdade, já que é uma banda de italo-americanos de Nova Jersey. No último episódio toca State Trooper de Bruce Springsteen. A famosa máfia musical de Nova Jersey existe hehehe Jon Bon Jovi tentou aparecer na série já que é uma de suas favoritas (é a favorita de quase todo morador de Nova Jersey), mas David Chase (o criador) não quis por Jon ser muito famoso, ainda mais em NJ, e só poderia aparecer como ele mesmo e não um personagem.
Na caixa de dvds da primeira temporada há extras como pequenos making ofs e uma boa entrevista de David Chase com Peter Bogdanovich (que entra na série como ator nas temporadas seguintes) de uns 77 minutos. Uma conversa muito legal entre os dois, com a já conhecida competência de Bogdanovich em entrevistas (sempre citando suas conversas com John Ford, Orson Welles e Howard Hawks).
Agora é esperar pelas caixas das temporadas seguintes...
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quinta-feira, junho 03, 2004
Conexões
Peguei alguns álbuns completos recentemente:
Badlands - A Tribute To Bruce Springsteen's Nebraska
You Are The Quarry - Morrissey
Hopes And Fears - Keane
Borrowed Heaven - The Corrs
End Of The Summer - Dar Williams
The Beauty Of The Rain - Dar Williams
Os últimos três agradeço ao amigo Pablo disponibilizá-los para mim. Ótimos álbuns.
Então, Dar Williams eu conheci no álbum tributo ao Nebraska do Bruce Springsteen. Ela fez a cover de Highway Paltrolman (por acaso a música que inspirou Sean Penn a fazer The Indian Runner). Primeiro achei que ela era um homem, pelo seu nome. Depois ouvi uma bela cantora. Aí quando pego o mais recente álbum dela, The Beauty Of The Rain, quem eu vejo que cantou numa faixa? Alison Krauss! Justo ela que ando ouvindo bastante. Adoro essas ligações que eu não esperava, parecem até confirmar escolhas. Béla Fleck também participa e ele fez participação recente no álbum da Nelly Furtado. Nelly que fui conhecer por ter abrido alguns shows do U2. E assim as conexões continuam...
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Hugh Jackman no Inside The Actors Studio
Impressionante é o que diria de imediato. Primeiro, sou fã do cara, mesmo tendo feito poucos filmes e destes nenhum ser realmente extraordinário (antes de X-Men ainda não vi nenhum). Era mais uma empatia com a presença fílmica dele. Mas, agora deu pra perceber o talento dele ao ver partes das peças que fez onde canta e dança. É do palco que surgiu e foi reconhecido. Uma coisa que na hora se percebe de diferente é a simpatia dele, é muita e até exagerada e se não falasse o fato de não ser gay daria até pra desconfiar (ainda mais por estar interpretando um na Broadway). Nada do jeito turrão de poucos amigos de Wolverine/Logan, mas sim alguém extremamente entusiasmado (explicado pelo fato de numa peça os atores perguntarem que droga ele usava, até conhecerem a mãe dele e saberem que a coisa era genética e não quimicamente induzida). Aliás, a mãe e a esposa dele estavam na platéia. E vendo ele atuar no palco que percebemos como ele ainda pode ser muito mais bem utilizado no cinema e como as atuações dele até agora mostram versatilidade por não terem nada a ver com sua personalidade real. Uma cena de um filme pré-X Men mostra que dramaticamente ele já fez coisa boa (não sei se o filme é Paperback Hero ou outro). No programa ele cantou e dançou. Eis um ator que merece qualquer tipo de estrelato que venha a ter no futuro.
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O Dia Depois De Amanhã (The Day After Tomorrow)
Primeiro bom filme que vejo de Roland Emmerich, o que não quer dizer muita coisa vindo de alguém que fez ID4, O Patriota, Stargate, Godzilla e Soldado Universal (dos que vi e que não gostei de nenhum). O filme é uma enciclopédia de clichês e uma história que enrola demais (o filme poderia ter uma hora e meia), mas por algum motivo não deixa que sejam fatores críticos para a apreciação do filme. Geralmente essas histórias "bigger than life" têm estorinhas particulares que movem a narrativa (aqui no caso a relação pai e filho). Ao balancear bem o geral com os particulares (o início do romance na biblioteca, a mãe médica com o paciente, o pai buscando o filho e os pesquisadores no centro meteorológico) o filme não decai muito e consegue ser no mínimo competente nestas estórias. O destaque fica para Emmy Rossum, uma gracinha que tem um belo sorriso e ao mesmo tempo uma cara de assustada e frágil. Fica engraçado Jake Gyllenhaal ter algo com ela, já que ela parece ser muito criança ainda. As esperadas devastações são boas, mas curtas demais (quase tudo tinha sido visto no trailer, que ainda por cima revelava muito da trama quando poderia deixar mais no suspense). Só NY e LA são mais focadas... Curioso a escolha do ator para o vice presidente (a cara do Dick Cheney) e a questão do refúgio no México (além da mensagem de agradecimento ao "então" chamados países do terceiro mundo). O terceiro mundo é a salvação! hehe Estranho que os personagens achem que o mundo vai acabar quando pelo que apresenta os países abaixo do equador pouco sofreriam (até os astronautas não vêem algo que não seja o continente norte do planeta!). Oras, América Do Sul ficou intacta pelo visto, o mundo não acabou! hehehe O cara da biblioteca que salva a bíblia de Gutemberg é inusitado e legal, pena que pouco explorado. Ainda falta explicação pra um monte de coisas, mas a principal é a inútil jornada do pai para achar o filho que serviu para... nada! Se o pai não viesse eles estariam bem na biblioteca, o sol sairia e os helicópteros resgatariam os sobreviventes (como aparece no final - que é bom, mostrando que eles não foram os únicos sobreviventes, o que seria ridículo, mas bem passível de acontecer num filme - mas esquecemos que os sobreviventes são novaiorquinos que sobrevivem à tudo!!!). Então serviu para o pai deixar morrer seu grande amigo! Ah era esse o motivo hehehe Só cumprir uma promessa é uma desculpa bem da esfarrapada, mas como o filme frisa sempre, os americanos "don't leave any men behind", que é regra número 1 do exército. Mas no final o filme é uma boa diversão com alguns pequenos toques ambientais (dava pra ver claramente a satisfação de terceiro mundistas da platéia, o que não deixa de ser irônico já que deram dinheiro é prum filme de primeiro mundo, talvez num multiplex de lá também e pensando estar se vingando dos imperialistas americanos, pensando "vcs vão precisar de nós um dia" hahaha bem espertos esses gringos!).
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