RD - B Side
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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

quarta-feira, dezembro 29, 2004
Feliz 2005!



posted by RENATO DOHO 2:32 PM
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A História De Ricky (Lai Wong)

Insano, brilhante!

Por Um Triz (Out Of Time)

Previsível do começo ao fim.

Eurotrip - Passaporte Para A Confusão (Eurotrip)

Muito engraçado! E com comentários em aúdio dos autores bebendo sem parar!

Curtindo A Liberdade (Chasing Liberty)

Tour romântico pela Europa (se visto junto com Eurotrip atiça mais ainda a vontade de viajar). Mandy Moore é uma protagonista com carisma e é sempre ótimo ver Annabella Sciorra.


posted by RENATO DOHO 2:24 PM
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quinta-feira, dezembro 23, 2004
Dança Comigo? (Shall We Dance?)

Remake americano do sucesso japonês que consegue não estragar o original, servindo ao propósito de alcançar um público bem maior com a história. A diferença fundamental é que a dança no ocidente é vista de outra forma do que no Japão, no filme japonês até colocaram letreiros no início para explicar a relação complicada dos japoneses e a dança. Então no filme americano perde-se todo o lado do personagem estar fazendo algo extremamente inapropriado. Ressalta-se nesse remake a questão do casamento. O roteiro de Audrey Wells (diretora de Sob O Sol Da Toscana) segue as linhas básicas da narrativa japonesa, mudando pequenas coisas. Há um explicitamento de tudo que no filme japonês ficava sem ser dito, onde até o personagem principal tem narração em off (comparando a vida com seu trabalho). Os coadjuvantes foram bem escolhidos (Bobby Cannavale aparece aqui de novo, em boa participação) e Stanley Tucci se não chega a ser tão hilário quanto o ator japonês consegue em alguns momentos se equiparar. Como Susan Sarandon é a atriz que é o personagem da esposa é mais trabalhado, com cenas só dela no trabalho onde se elabora uma estória de traição para comparação. Uma mudança significativa é uma cena feita especialmente para Richard Gere e Jennifer Lopez envolvendo uma dança. É a concretização da traição, que é vista com bons olhos, colocando até a esposa do personagem o liberando depois para a "amante" para a felicidade do casamento dos dois. Não sei se a escolha de JLo pro papel é adequado, a tristeza da personagem nunca transparece bem e a personagem japonesa era quase uma princesa, intocável, distante, enquanto JLo apenas parece uma gostosona, botando um componente sexual que atrapalha a atração de Gere por ela (no filme japonês a atração do homem por ela, além da beleza etérea, era pela tristeza da personagem, a curiosidade de saber porque tal beleza estava triste). Há uma cena proposital para o choro que funciona (pelo que se nota entre o público). E a conclusão é ainda mais explícita, mostrando como cada personagem finaliza sua história.

Na Idade Da Inocência (L'Argent De Poche)

O mais adorável filme de Truffaut que vi até o momento. Trabalhando com crianças na maioria das cenas Truffaut se mostra ideal para retratá-las. Mostrando episódios da vida tanto na escola quanto na vida social (familiar, fora da escola) o filme abrange também um professor que está para ser pai e alguns dos pais das crianças. As situações mostradas são memoráveis pela graça, pela sensibilidade, pela identificação. O filme é tão cheio de ótimos momentos que nem dá para citá-los aqui. Depois lendo o trecho do livro O Cinema Segundo Truffaut onde se fala sobre o filme fica-se sabendo mais sobre o projeto e as filmagens (contando com improvisações), incluindo algumas explicações como a ausência da crueldade das crianças, a seqüência do pequeno garotinho, o garoto que assobia, etcs.

Escravos Do Rancor (Abismos De Pasión)

Buñuel adaptou O Morro Dos Ventos Uivantes de forma que ressalta a relação trágica e doentia dos amantes, assim como os envolvidos (o marido e sua irmã). Ernesto Alonso como o marido tem uma interpretação excelente, o que faz depois também em Ensaio De Um Crime. É pelo marido que vamos ver essa história, pois os amantes são mostrados, mas o conflito para entender tudo é dele. O final que todos devem saber como é foi filmado de forma soberba.


posted by RENATO DOHO 2:14 PM
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terça-feira, dezembro 21, 2004
Dead & Breakfast

Um filme que consegue ser terror, comédia, musical, ridículo, engraçado, retardado, sem graça, hilário, muito sangrento, tudo ao mesmo tempo. É irregular, mas vale a conferida. Do elenco o mais famoso é o Jeremy Sisto, mas tem muita gente de seriado (Gina Philips, Erik Palladino, Portia De Rossi, Bianca Lawson e Devon Gummersall). O destaque é da sobrinha do David Carradine (que faz uma participação especial), Ever Carradine. Ela parece a irmã mais nova da Uma Thurman, principalmente em Kill Bill, e é ela que sai na porrada com os zumbis. Ela devia até ter tido mais destaque. As interfêrencias musicais (um cantor country "narra" o filme) são engraçadas. A estória, bem a estória é sem pé nem cabeça hehe


posted by RENATO DOHO 11:39 PM
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segunda-feira, dezembro 20, 2004
Olhos De Vampa

Filme de Walter Rogério realizado em 1996 e que só agora pode ser visto (em dvd). Marco Ricca, por exemplo, estava começando ainda (pelo menos no cinema). É um ótimo filme sobre um assassino de mulheres que as mata chupando o sangue delas pela bunda. Apesar de ter coisas engraçadas não é uma comédia (mas algumas falas e algumas posições de mulheres mortas são hilárias). Curioso ver a conceituada Christiane Tricerri como uma das prováveis vítimas, ela é uma ótima atriz de teatro (já vi duas peças que ela atuou, escreveu e dirigiu) e não lembro dela participando de cinema. Logo em sua estréia faz uma gostosona que serve de isca pra polícia pra pegar o provável "vampiro". Ao mesmo tempo que achei inusitado tem tudo a ver se lembrar o personagem dela em Patty Diphusa, texto do Almodóvar. Ricca, sou fã e está muito bom, já o parceiro dele (entre outros) tem falas muito empostadas, como se decoradas, mas mesmo assim ajudam no clima irreal. Quanto mais o filme avança, mais ele fica surreal e melhor ele fica (o filme é curto, uns 76 minutos). Quem ver bem vai notar a bunda da Mari Alexandre numa cena (acho que também devia ser começo de carreira), é inconfundível hehehe E o vampiro? Perfeito!

Glauber O Filme, Labirinto Do Brasil

As imagens de arquivo são o que mais me atraíram para ver o documentário, já que foi tão criticado que não esperava muita coisa. Realmente, a produção parece um trabalho escolar ou um extra de dvd (mal realizado) do que uma produção para cinema. O labirinto de computação gráfica é tosco e poderia ser cortado. Algumas entrevistas são despojadas demais, com problemas na captação de som. Mas serve como intro ao Glauber para exibição em tv aberta ou algo institucional, quem não conhece seu trabalho vai ser guiado didaticamente pelos seus trabalhos. O personagem é tão fascinante que vamos acompanhando sem problemas a duração. Há uma ênfase no enterro dele (as cenas voltam durante todo o documentário) que parece que esse foi o momento mais marcante da vida do Glauber, o que é bizarro!

The Eye - A Herança (Jian Gui)

Terror dos irmãos Pang que lembra muito O Sexto Sentido misturado com Blink e À Primeira Vista. Uma jovem cega desde os dois anos recebe transplante de córnea e passa a enxergar, mas também passa a ver e entrar em contato com mortos. Há também algo com relação à doadora das córneas. Já que a ênfase é na visão há um trabalho maior no uso do foco, dos segundos planos, no enquadramento, etcs. Como no filme do Shyamalan há conceitos espíritas e um guia (o médico dela), mas acrescenta-se premonições ao enredo. Os momentos de tensão são bons mesmo para quem já saiba do que se trata. O filme pode ser visto como um aprendizado espiritual mais que um terror.

Coração Sem Lei (The Lawless Heart)

Produção inglesa que apesar de terna, nunca decola. São 3 histórias que partem de um mesmo ponto (então voltamos ao ponto inicial a cada meia hora pra uma nova história) falando de relacionamentos amorosos. O que mais gostei foi da primeira, do cara de meia idade que se encanta com uma mulher vivaz, mas como o filme não segue sua histórai e seus dilemas... Os outros dois, do gay que perdeu recentemente o amante e se envolve com uma mulher e do cuca fresca que se envolve com uma vendedora que teve um caso com seu amigo tempos atrás nunca chegam a envolver o espectador. Bill Nighy (o cantor em Simplesmente Amor) é o cara de meia idade e a cena dele recebendo um boquete no carro é ótima, pois é feita de um jeito que traição não se aplica (opa, tô soando como o Bill Clinton que disse que sexo oral não é traição hehe), foi mais um alívio, quase solitário.

São Francisco (Francesco)

Produção para a tv dirigida por Michele Soavi sobre a história de São Francisco De Assis. As outras produções sobre o santo não vi (Irmão Sol, Irmã Lua, um com o Mickey Rourke) para comparar, mas essa se mostra uma boa cine-bio com uma boa interpretação Raoul Bova (que vi pouco tempo atrás bem diferente em Sob O Sol De Toscana). Acho Francisco um personagem fascinante, também estava predisposto a gostar, mas o filme em si tem belos momentos, extremamente religiosos que podem irritar certas pessoas. Nunca fica certo se ele era apenas maluco ou santo já que ele é mostrado mais como um rebelde do que um curador ou homem que faz o bem. A bela Amélie Daure como Chiara (conhecida como Santa Clara) traz um pouco de romance impossível entre os dois. Não sei se a oração famosa de São Francisco De Assis foi criação dele, mas se foi senti falta no filme, há um trecho que encaixaria perfeito. Só faltou isso. Adoro a oração e seria tão bom que eu e todos mais ouvissem e praticassem mais essas palavras. Quis ouvir depois a bela versão que Sarah McLachlan fez para a oração, Prayer Of St. Francis. Coloquei pra vcs ouvirem,
aqui. Senha: D2002AF5

Lord make me an instrument of your peace,
Where there is hatred let me sow love
Where there is injury, pardon
Where there is doubt, faith
Where there is despair, hope
Where there is darkness, light
And where there is sadness, joy

O divine master grant that I may
Not so much seek to be consoled as to console
To be understood as to understand
To be loved as to love
For it is in giving that we receive
It is in pardoning that we are pardoned
And it's in dying that we are born to eternal life
Amen.

posted by RENATO DOHO 9:24 PM
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domingo, dezembro 19, 2004
Livros

Faz um tempinho que não comento livros lidos aqui... Os últimos lidos:

- O Lucro Ou As Pessoas? (Profit Over People): Noam Chomsky

como sempre ler Chomsky é muito bom

- Yossel Rakover Dirige-Se A Deus (Jossel Rakouvers Wendung Zu Gott): Zvi Kolitz

livrinho pequeno e poderoso sobre o holocausto, a segunda parte é toda a história envolvendo este texto que virou uma lenda; bom para ser lido em parceria com Em Busca De Sentido de Viktor E. Frankl, este sim um relato real dos campos de concentração

- Paulo Francis – Brasil Na Cabeça: Daniel Piza

breve, mas bom perfil de um dos melhores jornalistas deste país, Piza não fica só nos elogios, fala dos defeitos, contradições e fraquezas de Francis

- O Código Da Vinci (The Da Vinci Code): Dan Brown

não é que é um thriller muito bem realizado? Brown faz capítulos curtos e sempre com ganchos para que continuemos lendo com atenção e no meio disso oferece vários assuntos legais (para quem curte, como eu) sobre sociedades secretas, conspirações, Cristo, Maria Madalena, Da Vinci, etcs não sei como vai ser quando virar filme pois a parte expositiva das teorias deve ser sacrificada e é um dos aspectos mais fascinantes do livro; também quero ver como vão resolver a questão da identidade do vilão, já que em vários momentos a narração fica com ele, o recurso é ótimo pra literatura e péssimo pro cinema, o espectador não vai poder ver quem é antes da hora e se cortarem estas partes a narrativa enfraquece

com isso as próximas leituras são:

Os Segredos Do Código - Dan Burstein, bom destes thrillers que envolvem pesquisa é que depois queremos saber mais do assunto tratado, e como Código Da Vinci fez sucesso vários outros saíram na cola, este aqui é um dos "filhotes" que é o mais bem conceituado, pegando vários especialistas para análise e discussão dos assuntos tratados na narrativa

Criatividade E Grupos Criativos - Domenico De Masi, meu desejo seria ler todo esse livro entre o natal e ano novo, mas sei que é algo improvável para suas 700 páginas de letras bem pequenas

Como Faço O Que Faço E Talvez Inclusive O Porquê - Gore Vidal, ensaios reunidos e traduzidos por Diogo Mainardi, serve de primeiro contato com Vidal que nunca li nada

Sol Negro, Depressão E Melancolia - Julia Kristeva, anotado e comprado depois de ver a maravilhosa Márcia Tiburi comentando o livro num Café Filosófico

Seinfeld E A Filosofia - William Irwin, aproveitando que estou com a primeira caixa do seriado nada melhor que seguir na onda para ler sobre filosofia

e algum de cinema, não sei qual ler no momento, algum desses: Hitchcock / Truffaut, As Teorias Dos Cineastas, Abbas Kiarostami ou Luis Buñuel – A Critical Biography.


posted by RENATO DOHO 6:17 PM
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sábado, dezembro 18, 2004
Presente de Natal

Para os leitores deste blog (vários? alguns?) coloquei algumas faixas de trilhas sonoras no disco virtual para baixar. Indico todas. As faixas são:

Back To The Future Theme - Alan Silvestri (clássica! um dos melhores temas que o Silvestri compôs)

Blain Gets Killed - Alan Silvestri (fãs de Predador vão identificar esse trecho na hora, é o prelúdio de uma das melhores cenas dos anos 80, finalmente tenho a música, meu vício era tanto nesta cena que além de tê-la copiada em vídeo nos anos 80 eu ainda gravei numa fita cassete o trecho e ouvia sempre! a palavra "contact" gritada por Bill Duke foi uma das mais marcantes da minha adolescência e até hoje fico emocionado quando revejo a cena)

I Do Believe In Fairies - James Newton Howard (faz parte de uma das mais emocionantes seqüências do brilhante filme Peter Pan, de P.J. Hogan)

Everywhere - Jerry Goldsmith (mais um emocionante trecho musical, do filme Energia Pura, a seqüência final tem um impacto emotivo grande devido à essa composição do grande Goldsmith)

Festivo - Keiichi Suzuki (pra quem viu Zatoichi vai adorar relembrar o final com essa música, maravilhosa!)

Life's Incredible Again - Michael Giacchino (uma das composições para a trilha de Os Incríveis, adorável!)

Warriors - Tan Dun (da bela trilha de Tan Dun para Hero, com destaque para a percussão no início e as cordas no final)

Frantic - Yeong Wook Jo (hipnótica música da trilha de Old Boy que nos faz entrar no belo pesadelo que é o filme)

Acessem e baixem.

Senha: 4024D14D

disponível até 25/12/2004.

posted by RENATO DOHO 10:17 PM
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sexta-feira, dezembro 17, 2004
O Agente Da Estação (The Station Agent)

Pequeno e belo filme dirigido por Thomas McCarthy, ator em sua estréia na direção (e roteiro). Fala de um anão que após a morte do amigo recebe de herança uma pequena cabana perto de um linha de trem onde antigamente o agente da estação ficava. Lá, em outra cidade, vai interagir (em princípio à contragosto) com os habitantes locais, principalmente um vendedor cubano, uma pintora e uma jovem bibliotecária. Belos momentos mostrados em andamento lento e bem humorado. Não há exatamente uma história a seguir, mas sim como se desenvolve a amizade entre essas pessoas. É curioso a forma como o telefone é presente (e importante), e no que isso traz de bom e ruim para as pessoas, além de qualquer forma de identidade e expressão (carta com endereço, pinturas, vídeo, livros, a comida) que faz a conexão entre as pessoas. Pequenas coisas aqui e ali se mostram importantes como o significado do relógio estraçalhado. Peter Dinklage, o anão, tem um desempenho maduro e complexo. Patricia Clarkson é sempre ótima. Bobby Cannavale é o personagem que impulsiona a narrativa, pois não sendo ele este espírito bem humorado e falante não haveria um relacionamento maior entre os personagens (ele é mais conhecido atualmente como o namorado de Will no seriado Will & Grace). Michelle Williams é a jovem que trabalha na biblioteca. O filme recebeu prêmios no festival de Sundance. Nem dá para perceber o final, já que não há um ponto final para a narrativa chegar, o filme apenas acaba, mas sabemos que as coisas continuarão. Vale conhecer e apreciar este filme docemente emocional.

Inocência Marcada (Amy & Isabelle)

Telefilme que integra os filmes que Oprah Winfrey escolhe a partir de livros favoritos do ano (é famoso o poder que ela tem quando recomenda um livro em seu programa, vira best seller instantâneo). A história da perda da inocência, o amadurecimento de uma garota e a relação com a mãe com um passado conturbado é bem conduzida com boas interpretações de uma Elisabeth Shue propositadamente desglamourizada (quase sem maquiagem) e uma adorável Hannah R. Hall que muitos devem lembrar como a pequena Jenny em Forrest Gump ou a caçula de As Virgens Suicidas. A escolha de Hannah é perfeita pois estava na idade ideal que mescla um rosto ainda de criança com uma sensualidade nascente (hoje já tem 18 anos, na época do filme, 15). Engraçado que sendo um telefilme a forma como é retratada a relação da garota com o professor (Martin Donovan) não é automaticamente reprovável e também que posteriores relacionamentos com uma outra família (não falo para não falar demais da trama) sejam por demais liberais para a época, 1971 (aliás nem sei como hoje seriam as reações em certas famílias). Como não sei se o livro é baseado num caso real fica a impressão que a autora que quis esses aspectos mais positivos nas reações das pessoas da época. A história toda mostra um aspecto positivo do gosto de Oprah a ponto dela querer produzir o filme (até o Michael Moore queria Oprah para presidente). Com o talento e a beleza irresistível eis um nome para se guardar: Hannah R. Hall!


posted by RENATO DOHO 1:53 AM
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quinta-feira, dezembro 16, 2004
Bem Vindo À Selva (Welcome To The Jungle / The Rundown)

Primeiro filme que vejo do The Rock (não cheguei a ver O Rei Escorpião) e toda idéia ruim que tinha dele se desfez, o cara é ótimo e esse filme é uma diversão só. Ele tem toda pinta para ser protagonista e carregar um filme nas costas pois alia talento para interpretar (mais do que seus antecessores), habilidade física e humor. As melhores cenas do filme juntam essas qualidades como a da luta com os "índios", The Rock pendurado e com macacos, e outra logo a seguir envolvendo uma fruta e macacos de novo (onde ele não tem medo de passar por ridículo). Ele usa bem a auto ironia. Peter Berg tem no currículo a comédia de humor negríssima Uma Loucura De Casamento (que achei muito divertido) e aqui conduz bem a parceria de Rock com Seann William Scott (que é meio chato até no American Pie). As cenas de ação são boas (mas pelo making of parece que feitas mais pela segunda unidade que pelo Berg mesmo). Tem quem possa se irritar com as referências ao Brasil (cidade chamada El Dorado, gente falando português com sotaque, etcs), ou os exageros do filme, mas o filme empolga e diverte tanto que isso fica irrelevante. Engraçado que Rosario Dawson fala português melhor do que os supostos brasileiros. Christopher Walken, coitado, é meio ridículo como vilão, mas não atrapalha. Atenção para a participação do Schwarzenegger no começo do filme. Agora fiquei com vontade de ver mais filmes do The Rock (e ele vem aí com um filme com John Woo). No dvd vários extras além de comentário de Berg e Rock legendados (só faltou erros de gravação e entrevistas, tipo queria saber da Rosario como ela estudou o português para as falas dela).


posted by RENATO DOHO 1:28 PM
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terça-feira, dezembro 14, 2004
Memoirs Of A Geisha







Com Zhang Ziyi, Ken Watanabe, Gong Li e Michelle Yeoh.


posted by RENATO DOHO 5:28 PM
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Million Dollar Baby









Com Clint Eastwood, Hilary Swank e Morgan Freeman.


posted by RENATO DOHO 4:54 PM
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Intacto (Idem)

Thriller espanhol dirigido por Juan Carlos Fresnadillo (estréia em longas) que conta com um andamento diferente do habitual no gênero. O filme fala da sorte, em jogos de azar estranhos e inusitados, entre escolhidos, onde se aposta a sorte de outras pessoas. Max Von Sydow tem uma participação significativa. Quem entrar no ritmo do filme vai apreciar um belo exemplar do cinema espanhol, inteligente e instigante.

O Álamo (The Alamo)

Filme correto, sem muito a ser elogiado ou criticado. A comparação com o filme de John Wayne não é possível já que não o vi. John Lee Hancock faz de novo parceria com Dennis Quaid (Desafio Do Destino, que acho superior) e tem um estilo de direção invisível, só vendo o making of depois notamos várias boas tomadas realizadas com diversas gruas, cabos, dollys, mas não notamos no decorrer da narrativa (apenas uma, que é da trajetória da primeira bola de canhão sob o Álamo). Talvez falte ao filme um foco ou personagem carismático. O roteiro esteve em boas mãos como Stephen Gaghan (Traffic), Leslie Bohem (Taken) e o próprio diretor. A partir do ataque ao Álamo e depois o contra-ataque o filme melhora, mas mesmo assim prefiro as reconstituições feitas por Ronald F. Maxwell em Anjos Assassinos, por exemplo. No elenco além de Quaid temos Jason Patric, Billy Bob Thornton e Patrick Wilson (que reconheci de Angels In America).


posted by RENATO DOHO 11:59 AM
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domingo, dezembro 12, 2004
Line OF Fire

Infelizmente esta semana foi exibido o último episódio dessa série que durou 13 capítulos. A criação foi de Rod Lurie, cineasta que realizou Minutos Extremos, A Conspiração e A Última Fortaleza, todos ótimos. Parece que o seriado se originou de um piloto fracassado que Lurie escreveu que resultou no telefilme A Capital Do Poder onde uma jovem idealista começa a trabalhar em Washington para um senador e depois de saber seus jogos de poder se rebela e tenta ela mesma concorrer ao cargo. O telefilme é bom e tinha potencial para uma belo seriado político, o final é até frustrante pois dá vontade de saber o que viria pela frente. Mas, se o cancelamento deste piloto causou a criação de Line Of Fire então pelo menos a troca foi boa. Leslie Bibb fazia a jovem e David Paymer o senador. Eles e mais outros atores foram aproveitados em Line Of Fire, desta vez girando em torno do FBI em Richmond querendo acabar com o império do mafioso local (Paymer). Além de Julie Ann Emery e Jeffrey D. Sams (de Capital Do Poder) os atores Anson Mount, Leslie Hope e Brian Goodman completam o elenco.

O paralelo entre as atividades da agência governamental e o sindicato do crime permeia os primeiros episódios e vai se diluindo nos outros, não ficando tão esquemático e coincidente demais.

Além de toda boa produção, direção, roteiro e interpretações o que mais se destacou foi a escolha de ótimas atrizes para as agentes federais. Hope como a chefe, Bibb e Emery como as agentes ficaram tão bem nos papéis que seria um desperdício não serem chamadas em outros filmes ou seriados sobre o tema. Hope, com sua maturidade atraente, se mostrou uma líder, algo que nunca tinha desempenhado antes na carreira. Bibb passou de atriz de seriados juvenis (Popular) para uma convincente agente novata, trabalhando o físico e intelecto (novamente algo inédito na sua carreira). Emery é uma revelação, já tinha chamado atenção na minissérie Taken, mas seu papel de agente veterana, casada e com filhos, foi tão bom que logo ela começou a fazer parte do imaginário de fãs por aí, sendo a escolha preferida para qualquer seriado ou filme que envolvesse o FBI (ou força policial). As três tiveram ótimas oportunidades de serem versáteis. Fiquei fã delas (Leslie Hope eu já conhecia e gostava, mas de outro modo) e espero vê-las em mais produções (se possível dentro do gênero policial).


Leslie Hope

Os episódios envolveram temas como o tráfico de imigrantes ilegais, terrorismo, prostituição, tráfico de drogas, corrupção policial, agentes infiltrados, e até um episódio homenagem ao filme Doze Homens E Uma Sentença. Mas no meio dos casos víamos a vida pessoal de ambas as facções, em como o trabalho influia na vida familiar (e em muitas das vezes os casos tinham relações diretas às vidas pessoais dos envolvidos, tanto agentes quanto criminosos).

Lurie dirigiu 7 episódios e se encarregou dos dois episódios finais (precoces) para tentar de alguma forma finalizar a história. O episódio duplo é muito bom e mesmo que não consiga dar um fecho esperado de fim de seriado, termina bem, dando a dica do que vai ocorrer no futuro.

Deste final as cenas marcantes são com Leslie Bibb. Uma impedindo um assassinato que poderia estar num filme, com ela jogando o carro em cima do matador (numa van), saindo atordoada do carro após a batida e o matando no chão. E outra uma briga com uma suspeita na cozinha de uma casa (a cena em si remete ao truque utilizado em O Silêncio Dos Inocentes da investigadora estando no lugar certo e a equipe no lugar errado).

Mas a atuação de Julie Ann Emery é a melhor, estando o personagem dela em plena crise após sua filha ser alvejada quando o alvo era ela. A culpa pelo estado da filha, a incomunicabilidade com o marido (devido ao seu trabalho no FBI que leva à situações assim), a decisão dos procedimentos cirúrgicos que oferecem altos riscos à vida de sua filha e apenas os informes que recebe da caça ao atirador a fazem ser a mais emocionalmente instável dos episódios. Seu choro final é palpável pelo mistura de sentimentos.


Leslie Bibb / Julie Ann Emery

A AXN deve começar a reprise do seriado esta semana, por isso, quem se interessar acompanhe todas as quartas às 21:00.


posted by RENATO DOHO 8:06 PM
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Primer



Veja o
trailer.

posted by RENATO DOHO 8:04 PM
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O Pagamento (Paycheck)

De imediato não parece um filme de John Woo e quando começa a se assemelhar é o Woo diluído dos dias de hoje. Mesmo assim o filme empolga em boa parte de sua duração, apesar de ter Ben Affleck inadequado no papel principal. Uma Thurman, saindo de Kill Bill, está bem e consegue ser mais que do que geralmente é esperado desse tipo de papel. A trama é absurda, mas crível, só que há grandes falhas em certas partes para acomodar esse absurdo enfraquecendo a criação do faz de conta da estória, como a aquisição de certos objetos para o envelope, a habilidade na moto, o incrível lance do pente da arma na linha do metrô, etcs. Mas, é um bom Woo.

Matemática Do Diabo (Devil’s Arithmetic)

Um telefilme feito com a clara intenção de despertar nos jovens (judeus?) a consciência do holocausto. A estória criada é um pouco O Mágico De Oz, com uma jovem judia nos dias de hoje de saco cheio em ter que comparecer numa cerimônia familiar até que ela volta ao passado, na Polônia na época da segunda guerra e vai ser presa e levada à um campo de concentração. Ela acha que tudo aquilo é um pesadelo, mas como não consegue sair dele vai lidando com a situação e amadurecendo. Há uma ênfase nos costumes judaicos (por isso a dúvida se o filme é direcionado especificamente à juventude judaíca americana que é retratada como alienada). Kirsten Dunst e Brittany Murphy se desglamourizam no filme e conseguem bons resultados (principalmente Brittany). A ambição pequena (além do orçamento e da duração) faz com que o filme não alce grandes vôos e o roteiro é apenas correto. Produção de Dustin Hoffman e Mimi Rogers.

Táxi (Taxi)

Refilmagem americana de sucesso francês (com a grife Luc Besson) que não consegue juntar bem os ingredientes que dispoe. Queen Latifah e Jimmy Fallon, geralmente bons comediantes, estão meio perdidos, sem timing e desmotivados (pelo que aparentam em algumas cenas). Os próprios personagens não têm muita garra, como a taxista que é paciente demais com o policial, ou a tenente tolerante demais com a inabilidade dele. Algumas situações potencialmente engraçadas são mal aproveitadas (a do gás hilariante é curta demais). A estória é ridícula. Ann-Margret coitada, faz um personagem engraçado, mas decadente para sua imagem (parece fim de linha pra carreira dela). A atração principal para o público nacional é Gisele Bündchen que não está ruim, suas caras e boas são boas e as poucas falas não caem no ridículo. Só paga mico na reação final. Jennifer Esposito, uma maravilha, aparece pouco, mas a cena dela com a Gisele vale a conferida.

Cazuza – O Tempo Não Pára

Filme estranho. Depois que se vê dá pra se perguntar qual o propósito do projeto? Uma cine-biografia não é (o que se fica sabendo dele que até um leigo já não sabia?); um retrato geral tenta ser, mas não é (falta profundidade em muitas coisas e fatos); um painel da época não é (é infeliz as poucas interferências do que acontecia no mundo somente através da tv); no final parece que é apenas a idéia da mãe sobre o filho famoso (a única coisa mais explorada)...

Que o filme amenize muito a vida do Cazuza já era esperado, agora, que não o retrate bem é inusitado. Amizades e amores, onde estão? Vemos transas, vemos grupos de pessoas, mas entre elas quem é retratado bem? Leandra Leal, por exemplo, é uma incógnita. Deborah Falabella só serve de desculpa. Andréa Beltrão quase vira uma pessoa de carne e osso, mas não tem a oportunidade. André Gonçalves é figurante de luxo. Até o Frejat não é bem retratado! Apenas o produtor Zeca é mais significante. Fica parecendo que os únicos amigos do Cazuza foram sua mãe e em menor grau seu pai. Talvez até tenha sido assim, não sei, mas nenhum amor fora os pais também?

A opção de não ter uma narrativa tradicional e sim, trechos de vida, é boa e ruim. Boa por sair do comum, ruim por não dar consistência ao filme. Isso só parece aumentar o rumor de que o filme passou por mudanças onde uma nova versão foi realizada com a entrada de mais um diretor (Walter Carvalho veio ajudar Sandra Werneck ou o contrário), já que o filme parece juntado, com partes aqui, acréscimos ali, uma narração off aparecendo de vez em quando pra ligar coisas...

E por ter muitas apresentações musicais num filme relativamente curto a dramaturgia necessariamente teria que se sacrificar. Resumidamente parece tratar de um filhinho de papai rebelde que vira estrela musical e por seus excessos acaba doente e com isso encontra a paz em si mesmo.

Há uma cena boa visualmente: a descoberta da Aids na corrida na praia.

A atuação de Daniel De Oliveira é boa, e fica especialmente melhor conforme o tempo passa, se entregando ao personagem.

O filme não chega a ser ruim, mas poderia ser muito mais, o "personagem" Cazuza merecia bem mais.

O Encontro (The Gathering)

Bom suspense que à princípio não se espera muita coisa, mas mostra-se uma boa surpresa. Sendo o motivo principal a Christina Ricci encontramos uma trama bem curiosa e que nos faz acompanhar tudo com atenção. A idéia pode ser emprestada e antiga, mas não a conhecia e é interessante: fala das pessoas que viram a crucificação de Cristo, não por reverência ou ódio, mas por prazer. Falar mais estraga. Acompanhamos duas histórias em paralelo que vão se juntar depois, na primeira é descoberta uma antiga igreja, soterrada, onde se acredita que José De Arimatéia fundou, sendo ele um dos que estavam no local da crucificação, podendo então haver um registro do que ocorreu em primeira mão. Figuras são achadas, olhando a cruz, e um especialista vai conferir a autenticidade. Na outra uma jovem (Ricci) é atropelada por um carro e depois não lembra por que estava naquele local e nem sua história passada. Ela é acolhida na família da motorista que a atropelou e estabelece um vínculo com o filho menor, calado e asmático. Há um clima de tensão e cria-se a vontade de saber o que exatamente vai acontecer. Os elementos são bem trabalhados, como a atitude e visual de um certo grupo ou as cenas premonitórias que Ricci têm de vez em quando. A conclusão tem até uma leve surpresa e o final é bem arranjado. Para o que aparenta ser um filme modesto o resultado é bem acima da média, com uma mitologia criada (ou emprestada se já existe obra falando sobre isso) que envolve o espectador e até uma mensagem extremamente feliz sobre atitudes, oportunidades e passividade. Ah, Ricci está uma delícia! hehe


posted by RENATO DOHO 1:06 AM
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quarta-feira, dezembro 08, 2004
O Gigante De Ferro (The Iron Giant)



Animação ESPETACULAR realizada por Brad Bird! Um dos mais emocionantes e engraçados desenhos animados que vi em tempos. A trama do filme tem muito de E.T. e Frankenstein, Jr. (alguém via essa série de desenhos quando criança?) misturada com várias outras referências. Uma das coisas de E.T. é dar emoção ao gigante de ferro através dos olhos. A dublagem é excelente e recomendo que poucos tentem saber quem são os dubladores para terem uma grata surpresa nos créditos finais. Eu não sabia quem eram e minha surpresa foi pra lá de positiva com a mãe, o amigo e o robô que são atores bem conhecidos. O garoto não conhecia, mas fez um trabalho de primeira. No dvd há um mking of onde os dubladores dão entrevista. Podemos ver o dvd em wide ou full. O filme tanto faz rir (e muito, com pequenas coisas brilhantes colocadas aqui e ali) quanto chorar (na parte final, que não é triste, mas emocionante de diversas formas). É um filme que todos deveriam ter para mostrarem para todos os adultos e crianças que conheçam. Mal posso esperar pelo novo trabalho de Brad Bird, Os Incríveis.

Outros vistos:

Memories (Idem) **1/2 - anime com episódios irregulares

Sedução Da Carne (Senso) ***1/2 - hoje em dia a trama do filme de Visconti é por demais conhecida, mas só a cena do ataque final do protagonista, que vira um desabafo escancarando sua decadência e o que se segue após já vale todo o filme

À Francesa (Le Divorce) ** - produção de sempre de James Ivory, ao menos o charme das duas atrizes compensa; as diferenças entre franceses e americanos é a coisa mais engraçada do filme

Noite Inolvidável (The Big Night) **** - ótimo filme de Joseph Losey passado numa única noite

As Amigas (Le Amiche) ***1/2 - muita coisa da filmografia posterior de Antonioni se encontra neste filme, que ainda tinha um registro meio neo realista


posted by RENATO DOHO 11:50 AM
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O Show Da Vida (The Jimmy Show)

Frank Whaley é um ator esquisito, nada mais natural que um filme escrito e dirigido por ele também o seja. Ele faz o papel de um comediante iniciante que não leva o menor jeito para a coisa, mas é a única coisa que o faz suportar uma vida dura onde tem que cuidar de sua avó inválida e sustentar a filha que teve com a namorada de colégio trabalhando num supermercado. Só que as coisas pioram com a esposa o deixando por não aguentar a vida insuportável que levam e ele sendo despedido do emprego. Ele acaba indo parar nos mais diversos empregos banais (atendente de lanchonete, cobrador de estacionamento) e a eventual falta de seguro de saúde o faz ter mais gastos ainda com os medicamentos da avó.

Whaley opta por não utilizar o alívio cômico, mesmo que ele exista em pequenas doses. O clima geral é de tristeza, depressão, onde não vemos saída para a vida do protagonista. Suas apresentações como stand up comedian viram uma terapia aberta, onde ele cada vez mais vai se abrindo e questionando sua própria existência vazia.

Carla Gugino faz sua esposa e Ethan Hawke seu amigo meio lesado do supermercado.

O filme é baseado numa peça que os amigos Whale e Hawke montaram bem antes do filme, com Whaley atuando e Hawke dirigindo. Whaley então adaptou para um roteiro, acrescentando várias coisas, incluindo o casamento fracassado que na peça não existia porque o protagonista era bem mais jovem.

A música ao piano é extremamente triste (e bonita). O final é ótimo, bem amargo.

Creio ser este o filme mais triste que vi este ano, mas não ao ponto de lágrimas, pois o sentimento depressivo é tanto que ficamos atordoados. Quem sabe as lágrimas apareçam numa revisão.

O primeiro filme que Whaley dirigiu, Joe The King, também tem esse clima depressivo e fiquei com vontade de ver. Pode ser que Whaley venha a ser um cineasta a se acompanhar. Não recomendável para pessoas que queiram se sentir bem ao ver um filme. Pode irritar muita gente por ser na superfície um filme "chato", "monótono", "sem sentido", etcs. Não é.


posted by RENATO DOHO 1:41 AM
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segunda-feira, dezembro 06, 2004
Breve em dvd



Disc 1:

Audio Commentary with Writer/Director Richard Kelly and Kevin Smith

Disc 2:

• Donnie Darko Production Diary (with optional commentary by Director of Photography Steven Poster)
• A story-board to screen featurette
• The Director’s cut theatrical trailer
• They Made Me Do It Too
• The Cult of Donnie Darko
• #1 Fan: A Darkomentary



Extras:

• Deleted Scenes
• "Deconstructing The Village", a look at the making of the film
• A special M. Night Shyamalan home movie
• Production photo gallery



Extras:

• Additional Scenes
• Audio Commentary
• Documentaries
• Theatrical Trailer

Ainda bem que segurei em não comprar a edição simples!

Outras capas,
aqui.

posted by RENATO DOHO 11:51 AM
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Make Trade Fair



The EU gives six companies over 800 million euros a year to over-produce sugar and dump the surplus in poor countries at rock-bottom prices - driving local farmers out of business and into poverty.

Bono



Every cow in Europe gets $2 a day in subsidies. This is more money than half the world's population get to live on each day.

Michael Stipe



"How sweet does your chocolate taste when you know the producer in a country you will never see did not even get paid enough to feed his family?"

Thom Yorke

Mais celebridades engajadas na campanha,
aqui.

posted by RENATO DOHO 9:18 AM
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sexta-feira, dezembro 03, 2004
Celular - Um Grito De Socorro (Cellular)

Pra começar: eis o maior comercial de celulares que Hollywood produziu! Tirando esse fato o filme é empolgante, absurdo em várias situações, trabalhando com clichês básicos que manipulam o emocional (o espectador sente desespero, tristeza, ódio, alívio, humor). O motivo do seqüestro é um dos pontos fracos, não tem grande importância e é até ridículo, poderia ser algo mais bem trabalhado para justificar toda a operação envolvendo a família. Engraçada a relatividade que faz com que neste filme os policiais corruptos sejam vistos como desprezíveis enquanto que num seriado como The Shield a mesma trama seria mostrada de forma que a platéia torcesse para os "bad guys". Um dos méritos do filme é transformar o protagonista durante a narrativa. A primeira impressão é a pior possível: um ator que parece ser a imagem exata do que mostra - insensível, infantil, superficial, egoísta. E conforme a trama progride ele vira outra pessoa (mérito do ator que convence nos dois registros). Kim Basinger tem um papel quase ingrato de ter que fazer quase todas as suas cenas sozinha e chorando, mas é a mais forte do casal. Dá pra ver porque Jason Statham não convence como mocinho (como O Transportador e outros): a cara de mau caráter dele é difícil de modificar. Bom também é que ninguém é herói auto suficiente, todos erram e uns ajudam aos outros. Voltando aos celulares é incrível como o filme explora todos os recursos do aparelho, fazendo com que seja essencial possuir um. Afinal no filme o celular mata, salva, grava coisas importantes... item básico de sobrevivência moderna! O que são aqueles créditos finais senão mais um grande comercial da Nokia?


posted by RENATO DOHO 8:54 AM
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terça-feira, novembro 30, 2004
Sob O Sol Da Toscana (Under The Tuscan Sun)

Um belo trabalho da diretora e roteirista Audrey Wells que adaptou um best seller de Frances Mayes pegando apenas parte do livro e acrescentando vários outros personagens e situações. O filme deve muito ao trabalho de Diane Lane que é o rosto mais conhecido do elenco e conduz todo o filme, alternando o drama com a comédia. Ela está ótima (a maturidade fez bem para a carreira dela?) e consegue ir da depressão ao entusiasmo infantil, do medo à inibição na redescoberta da paixão (e muito por olhares e gestos). Wells também tem grande responsabilidade em alcançar a leveza apresentada pelo filme, através de um trabalho suave de câmera e fotografia, a escolha certa do elenco (todos marcantes) e ao roteiro bem estruturado (sua origem é de roteirista). Fora isso o filme apresenta belas paisagens italianas e uma homenagem ao cinema de Fellini seja por falas ou situações que não estão lá apenas para enfeitar, mas que servem ao propósito da história. Mario Monicelli tem uma participação significativa. No dvd a diretora faz um bom comentário em aúdio, detalhando vários aspectos interessantes da produção. Incrível como muitas cenas foram feitas em tempo ruim e não percebemos pelo trabalho da fotografia. Às vezes ela dá pausas demais entre uma fala e outra, mas isso é perdoável. Fica evidente que ela entende muito da estrutura de roteiro do gênero que se propôs a realizar e com isso modifica algumas coisas e trabalha com a noção que certas idéias são imprecindíveis. Ela até brinca sobre os vários pseudo finais que existem nestes tipos de filmes e como não se importa de no final ir utilizando esses recursos. Com seus comentários fui saber que ela escreveu Feito Cães & Gatos, filme que sempre tive simpatia, além de ter escrito George - O Rei Da Floresta (que acho engraçado). Ela dirigiu anteriormente A Lente Do Desejo com a Sarah Polley e a Gina Gershon que até tive curiosidade de ver tempos atrás (agora vou marcar para pegar). Recentemente escreveu a refilmagem do filme japonês Dança Comigo? Há ainda um pequeno making of (onde vemos que a diretora além de falar bem é bonita) e breves cenas cortadas.

As mulheres particularmente vão apreciar mais o filme. Se não me engano o filme teve uma carreira boa nos cinemas nacionais, ficando meses em cartaz em certas capitais. Muito pelo público feminino, aposto.



A diretora Audrey Wells.


posted by RENATO DOHO 2:44 AM
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Out Of The Blue



O single do novo trabalho de Delta Goodrem tem uma característica que adoro e não sei explicar. Seria o momento melodramático da canção, após o primeiro refrão. Muito me lembrou a catártica parte da canção Come September da Natalie Imbruglia que é preparada com ela extendendo a última frase e as cordas entram com mais força para o "she will run, she's gonna drink the sun, shinin' just for you instead of everyone". Delta vem da mesma linhagem da Natalie, australiana que teve uma carreira como atriz, jovem e bonita.

Eis a parte da canção que é muito similar:

"Family and friends they were my life
I wasn't one for butterflies
But you gave me love that I can't disguise
There will be times when we're apart
I want you to know you're in my heart
Growing into a beautiful garden"

Não chega a ser catártica como a parte da Natalie, que ainda por cima tem uma imagem forte: "she's gonna drink the sun". Mas não deixa de ser legal encontrar estes momentos, já que não é sempre que acho isso nas cantoras atuais.

E isso me faz lembrar em como a Come September não foi divulgada, não chegou a ser single e nem teve clipe, sendo essa uma das melhores que a Natalie já cantou. A canção dava um clipe, dava um filme, dava muitas coisas e acabou nem sendo lembrada na divulgação do álbum.

Deixa eu colocar a letra aqui:

Come September - Natalie Imbruglia

Her bones will ache
Her mouth will shake
And as the passion dies
Her magic heart will break
She'll fly to France
Cause there's no chance
No hope for Cinderella
Come September

Everything wrong
Gonna be alright
Come September

Her violet sky
Will need to cry
Cause if it doesn't rain
Then everything will die
She needs to heal
She needs to feel
Something more than tender
Come September

Everything wrong
Gonna be alright
Come September

The souls that burn
Will twist and turn and find you in the dark
No matter where you run
She's made her mark
But lost her spark
And what she's pushing for
She can't remember

Everything wrong
Gonna be alright
Come September

Her eyes surrender, her cry a crying shame
Coming undone is she ever gonna feel the same

She will run
She's gonna drink the sun
Shining just for you
Instead of everyone
And so it goes
She'll stand alone
And try not to remember
Come September

Everything wrong
Gonna be alright
Come September


posted by RENATO DOHO 2:43 AM
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domingo, novembro 28, 2004
Laurel Canyon - A Rua Das Tentações (Laurel Canyon)

A diretora é mais conhecida pelo seu filme anterior, High Art, que foi bem elogiado tempos atrás e acho que nunca chegou por aqui. Quando começamos a ver a história é bem clichê de filho careta, mãe doidona e a noiva do filho ficando tentada pelo mundo alternativo da futura sogra e da banda que está gravando na mesma mansão onde ficarão. Só que conforme as coisas vão rolando a atuação do elenco conquista e o direcionamento fica mais evidente (a diretora mesmo afirma que quis falar mais de questões de fidelidade do que de pai / filhos). Uma cena no carro com Christian Bale e Natasha McElhone é ótima tanto pelo lado erótico (apenas com palavras) quanto em outros aspectos. Interessante como vão se acumulando as pequenas coisas não ditas entre as pessoas, de forma até natural, que levam a um distanciamento posterior e como a partir de um acontecimento o que muda nitidamente é que as pessoas começam a falar o que pensam e com isso as relações ficam mais fortes, não necessariamente melhores. O final é um dos pontos altos do filme, tanto na forma como acaba quanto no que é coerente com o clima de abertura emocional dos personagens. O que dava a impressão de ser algo esclarecedor (o diálogo mais aberto entre as pessoas) se revela um complicador natural ao termos um dos personagens mostrando seu posicionamento. A linguagem no filme é muito importante, só notar a cena inicial onde através das falas o casal consegue transar e como outra fala atrapalha um dos lados. Logo depois entram as falas profissionais de cada personagem que parecem bem diferentes uma das outras (música, medicina, biologia, negócios) e como elas vão se misturando (a noiva dando palpites na gravação da banda, as brigas ao telefone entre a produtora e a moça da gravadora, o jovem desabafando com a residente). Bale está muito bem e cada vez mais fico seu fã. Natasha como sempre está linda, assim como Kate Beckinsale. Frances McDormand está num papel um pouco diferente, mas como se sempre fizesse esse tipo e Alessandro Nivola tem talento musical adequado com seu personagem. A trilha sonora tem belas canções. No dvd o aúdio da diretora é legendado, mas ela se esquece que quem ouve esse áudio já viu o filme e fica muitas vezes contando o que está acontecendo.

Aproveitando coloquei algumas canções no disco virtual e duas delas fazem parte da trilha do filme. Recomendo. Peguem
aqui. Senha: 25DC4E29

As duas da trilha: In A Funny Way - Mercury Rev (que toca nos créditos de abertura) e Shade & Honey - Alessandro Nivola (o próprio ator do filme que faz o vocalista da banda).

Show You Love - Jars Of Clay toca no trailer de Spanglish.

posted by RENATO DOHO 6:24 PM
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quarta-feira, novembro 24, 2004
Breve







no ar, no mar, no som...


posted by RENATO DOHO 10:47 AM
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Encantadora De Baleias (Whale Rider)

Simples e bonito filme sobre a mudança da tradição dos Maoris quando uma jovem se mostra a líder da comunidade. Os Maoris já foram focados no filme O Amor E A Fúria que é num outro tom, de violência e desestruturação familiar. Aqui é mais de amadurecimento de uma garota numa comunidade que coloca as mulheres em segundo plano. A relação dela com o avô é primordial e muito bem trabalhada pela diretora. O que se faz é por amor da parte dela e nunca como rebeldia ou por birra e o avô não consegue entender essa mistura de amor pela neta com a tradição machista e a frustração de não ter um neto, o futuro líder. Há um pouco de predestinação na trajetória dela, como se ela desde sempre soubesse sua função. Sua paixão pela cultura de seu povo e o esforço de conseguir a admiração do avô são cativantes. A atriz Keisha Castle-Hughes é realmente uma revelação e tem um momento em particular maravilhoso, o discurso na apresentação na escola. Mas o resto do elenco é muito bom também, a maioria de desconhecidos e alguns deles muito bem envelhecidos pela produção. O ator que faz o pai da menina já é mais conhecido, mas agora tem sua chance de falar de suas raízes e não ser mais um vilão numa produção hollywoodiana (já o vi como terrorista e traficante). A música de Lisa Gerrard é hipnótica e tocante em momentos diferentes. Há dois quase finais que poderiam ser mais tristes e parecem querer enganar um pouco o público, mas um final de sacrifício não seria nada bom para o projeto, ela é a juventude e renovação. O filme serve, como o recente A Viagem De Chihiro, para as jovens garotas assistirem e se projetarem na vida dessas personagens, para com isso terem novas perspectivas e sonhos.

No dvd comentários legendados da diretora, bastidores, a construção da barca e cenas cortadas.


posted by RENATO DOHO 4:22 AM
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Thriller - A Cruel Picture



Essa produção sueca voltou a chamar atenção após ficar constatado que Quentin Tarantino teve influências da película na realização de Kill Bill. As referências mais óbvias são o tapa olho e a trama de vingança. Bo Arne Vibenius conseguiu realizar um interessante filme que coloca até cenas de sexo explícito, claramente inseridas e não com a atriz principal, mas nunca num tom sedutor e sim de escândalo (toda cena explícita é acompanhada de trilha de impacto). Também há violência, mas nos dias de hoje é coisa bem leve (a não ser a cena do olho, que é real). O filme que mais tem semelhança com esse é Ms. 45 de Abel Ferrara onde temos uma muda violentada duas vezes que parte para a matança geral. Thriller como um exploitation não pode ser visto pelo lado do elenco ou da trama, pois há muitas coisas fragéis nesses aspectos. Na parte final que vamos ter a ação e aí que o filme mostra suas melhores qualidades: o uso excelente da câmera lenta (ou diria, super lenta) que transforma as lutas em balés e o grande uso do som, cada vez mais distorcido e realçado. Há dúvida se a personagem está numa jornada de vingança ou apenas enlouqueceu mesmo, já que ataca muitas pessoas inocentes e não só os seus algozes. Christina Lindberg é ideal para o papel, alternando a fragilidade com a frieza, além de aparecer nua e revelar seu belo corpo.

Não dá para verificar se o filme teve realmente influência em outros filmes ou o próprio tinha influências de anteriores, mas as imagens chave parecem pipocar aqui e ali em diversas produções: qualquer personagem com tapa olho depois do filme vai remeter o espectador à Thriller (como Snake Plissken, por exemplo); mulheres em busca de vingança; justiceiros urbanos (Desejo De Matar estreou logo após); cano de espingarda serrado (Evil Dead, por que não?); lutas em câmera lenta; arma grudada nas costas com fita adesiva (Duro De Matar); treinamento em diversas habilidades; exploração sexual; vício em heroína (Pulp Fiction?); protagonista com vestuário preto (até Stallone Cobra tem semelhanças no jeito frio com que vai matando a gangue e nas poses de Sly com seu carro envenenado); câmera subjetiva; música e som realçando a violência; enfim, muita coisa. É um filme que juntou muitas das imagens e situações dos filmes de gênero e acrescentou ainda mais.

A edição atual em dvd é sem cortes e com vários extras.

Agradecimento especial ao expert
Leandro Caraça que me enviou a cópia deste raro filme.

posted by RENATO DOHO 3:40 AM
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terça-feira, novembro 23, 2004
Angels In America (Idem)



A premiada minissérie baseada na aclamada peça de Tony Kushner se revela não tão bombástica ou inesquecível como se esperava. É sim mais um belo trabalho de Mike Nichols, principalmente no trabalho com os atores que têm atuações fortes. A origem teatral é evidente nos diálogos e até na encenação das situações, não que seja teatro filmado, mas dá pra perceber como a coisa foi encenada num palco, além de que a partir do momento que os personagens diante de situações banais começam a discutir coisas sérias é óbvio o "estilo" teatral na construção de frases e pensamentos. Não há uma crítica aos anos Reagan diante da epidemia da Aids como alguns comentaram, e se há é algo muito sutil a ponto de ser percebida e notada. Acompanhamos três núcleos dramáticos onde alguns dos personagens vão interagir, ligando tudo. Talvez a mais isolada seja Mary Louise Parker que está ótima e uma das raras heterossexuais. A parte do elenco mais conhecida recebeu prêmios (merecidos), mas os desconhecidos Justin Kirk, Ben Shenkman e Patrick Wilson têm mais importância no projeto e não sei se foram reconhecidos. Ben tem o personagem mais problemático e difícil, afinal ele é o namorado que vira as costas ao amante quando sabe que o parceiro está com Aids. E também é um judeu politizado que tenta resolver e problematizar tudo através de idéias e teorias, mas é um covarde em suas ações, amando quase que apenas na retórica, se revoltando por posições políticas e esquecendo a ligação emocional. Não é nada simpático aos olhos do público (e parece ser o alter ego do autor). Patrick é o gay enrustido, mórmom e casado que vai se descobrir gay aos poucos. Justin é o aidético que fica sem ninguém em sua pior hora e é com ele que a minissérie entra no lado religioso, tendo visões com um anjo e se descobrindo um profeta (a parte final explora mais esse lado onírico). Mas as alucinações são constantes para as personagens de Mary Louise e Al Pacino. Pacino é o "vilão", baseado num personagem real, Roy Cohn, braço direito de Joseph McCarthy, advogado republicano que sempre escondeu sua homossexualidade e nunca admitiu que estava com Aids. Alguns atores fazem vários papéis e Meryl Streep faz um que eu me surpreendi ao saber que era ela. Há algo que falta na estória para adquirir uma importância maior. Ao concentrar o foco nos relacionamentos a trama perde em querer ser mais relevante com a época ou os personagens retratados, às vezes ali e aqui somos relembrados do contexto social e político, mas são pequenas coisas. São seis episódios divididos em duas partes, dando quase seis horas de duração.



posted by RENATO DOHO 1:02 AM
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domingo, novembro 21, 2004
DNA Of Literature

http://www.theparisreview.org/literature.php

Projeto fantástico!

posted by RENATO DOHO 8:44 AM
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Na Mira Da Morte (Targets)

Filme de estréia de Peter Bogdanovich na direção. Não sei separar o filme do seu processo de feitura, que é bem interessante, com Roger Corman propondo as condições de realização. Sabendo do que ele tinha a disposição e como contornou certos problemas o filme parece até ganhar relevância em certos aspectos e amenizar críticas que poderiam surgir apenas pelo filme em si. As duas histórias paralelas que se encontrarão no final não são bem balanceadas, ora o atirador é mais interessante, ora Boris Karloff fazendo meio que ele mesmo é mais. Algumas cenas parecem feitas para completar a duração do filme. No dvd Peter introduz e comenta o filme (a curiosidade maior é que Samuel Fuller ajudou no roteiro sem querer receber crédito e muitas das boas idéias do filme são dele, como no final de Boris na tela e na vida real).

A Canção Da Vitória (Yankee Doodle Dandy)

Acho que nunca vi filme tão patriótico como esse. Isso já afasta grande parte do público para conhecer essa cinebiografia de George M. Cohan que Michael Curtiz dirigiu. Motivo principal para conferir: James Cagney, espetacular no papel principal. Pra mim uma surpresa a mais foi nunca ter visto Cagney dançando ou cantando e ele faz essas duas coisas muito bem durante toda a história. Só conhecia seu lado durão, aqui a suavidade das canções e do gestual na dança surpreendem. Ironia é que no final mostra-se Cohan meio que esquecido da nova geração da época (segunda guerra mundial) quando foi o rei da Broadway décadas passadas e eu, atualmente, também não o conhecia. Então se o filme foi um pouco para relembrar ao público de sua importância não conseguiu fazer isso fora dos EUA (lá é bem popular) durante os tempos (na época onde o filme passou deve ter conseguido o feito, mas Cohan voltou ao esquecimento geral). Os números musicais são muito bem feitos, captados pela maravilhosa câmera de James Wong Howe. A biografia em si é parcial, o próprio Cohan tinha que aprovar então quase não se vê muito do pessoal e dos defeitos (apesar de sempre mostrá-lo como petulante). No dvd duplo vários extras, muitos na mesma linha patriótica, como cinejornais da época, além de um perfil de Cagney apresentada por Michael J. Fox, John Travolta falando de um de seus ídolos e um retrospecto de toda produção (apenas a atriz Joan Leslie dá depoimento do elenco, talvez porque seja a única viva).

Daisy Miller (Idem)

Belo filme de Bogdanovich feito após A Última Sessão De Cinema com sua então paixão, Cybill Shepherd. Baseado em Henry James o filme pode ser visto de duas maneiras principalmente: adotando o olhar do protagonista ou vendo o geral. Acho que quem vê pelo geral tem a idéia da tragicidade bem antes e pode se agonizar mais. Eu, ao contrário, estava sempre com o protagonista no que ele via e pensava sobre a personagem de Cybill e como ele fiquei completamente por fora do que realmente acontecia até o final aparecer... Como me identifiquei com o protagonista a impressão geral do filme é como a expressão dele no plano final, meio sem saber ainda o que se passou. Caso visse no geral ficaria mais emocionado, acho. Aliás, não achei uma boa opção mostrar o elenco no final, aquela tela branca seria ótima como plano de fundo dos créditos. Em escala menor o filme tem aquele clima que pode ser percebido em Os Maias, onde é mais exacerbado (e mais trágico?) e isso me atrai bastante. O ator, Barry Brown, está muito bem com suas expressões de tédio e melancolia, lembra muito Christian Bale. Infelizmente ele era assim na vida real e se matou anos depois. A morte entre pessoas próximas ao Bogdanovich são meio constantes. Nancy Hsueh, a assistente de Boris em Targets, chamou minha atenção e fui saber que morreu anos depois também. Tem o River Phoenix e Dorothy Stratten também. Também no dvd Bogdanovich introduz e comenta o filme.

O Otário (The Patsy)

Sempre que vejo Jerry Lewis nos dias de hoje percebo que já vi os filmes na minha infância (muitas vezes). Esse foi mais um caso onde achava que não tinha visto. Há momentos brilhantes misturandos com nostalgia de minha parte quando ouço por exemplo a música que ele tem que gravar ou quando revejo Ina Balin. As mulheres dos filmes de Lewis eram algo marcante, acho que me apaixonava por cada uma delas a cada filme (às vezes eu preferia a mais bonita que ficava com Dean Martin, mas geralmente as dos filmes solos dele é que eram mais fascinantes). No dvd outtakes, uma cena inédita e comentários em aúdio de algumas cenas, mas que quase não acrescentam muita coisa pois junto com Lewis está um cara que só dá risada. Mas finalmente temos Lewis em dvd!


posted by RENATO DOHO 4:46 AM
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terça-feira, novembro 16, 2004
Deadwood



A estréia do seriado foi ótima. A primeira coisa que notamos são os palavrões falados livremente e em grande quantidade. O elenco é bom, com atores conhecidos, porém não famosos, e desconhecidos. Os destaques neste piloto são Ian McShane (dono do bar), Keith Carradine (Wild Bill) e Timothy Olyphant (ex-xerife). Ian não lembro de ter visto em outra produção e faz um personagem central e complexo. Keith é conhecido e Timothy lembro bem dele no filme Encontros Do Destino. A direção foi de Walter Hill e a criação e roteiro do piloto foi de David Milch que conheço do seriado N.Y.P.D. Blue. Como a maioria dos seriados da HBO Deadwood não parece ser um seriado, mas sim um longo filme em partes ou mini filmes, dependendo do episódio. Não tendo censura podemos ter mais palavrões, sexo e violência. Promete.

FOX - toda terça, 22 horas.


posted by RENATO DOHO 11:22 PM
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CSI - Crime Scene Investigation







Três dos melhores motivos para ver esta série: William Petersen, Marg Helgenberger e Jorja Fox. Não desprezando os outros integrantes, nem o visual, as estórias e a direção, mas sem esses atores / personagens o meu fascínio seria bem menor. Depois da série fica difícil ver algo sobre o mesmo tema sem comparar com o nível que estabeleceram na questão de técnicas forenses, todo o resto parece amador ou falso mesmo.

Fico imaginando como é a recepção da série nos diversos laboratórios criminais dos EUA, pois o orçamento não é o mesmo e na série a equipe tem as melhores condições de trabalho possíveis. Em um episódio eles utilizam centenas (ou milhares) de "flags" num campo para evidências, por exemplo.

Só sei que houve um aumento significativo de pessoas que se inscreveram para estudos forenses, tanto de homens quanto de mulheres que viram como as personagens de Jorja e Marg são valorizadas na atividade.

Os antes ignorados técnicos forenses agora são "superstars".





Incrível é o sucesso lá fora, faz muito tempo que é a série número 1 dos EUA.

Toda quarta às 20:00 (temporada inédita) e de segunda à sexta às 22:00 (temporadas antigas). Na Sony. Como a série não é uma novelinha que se tem que seguir pode-se ver episódios isolados sem ordem. Parece que em Janeiro estréia na Record.


posted by RENATO DOHO 3:46 AM
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Já à venda



posted by RENATO DOHO 3:31 AM
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The Blade - A Lenda (Dao)

Ótimo filme de Tsui Hark prejudicado pela péssima dublagem em inglês além da exibição em tela cheia que confude ainda mais as cenas de ação nada convencionais de Hark (que é de uma criatividade espantosa). A retomada de temas tradicionais para a reinvenção do gênero (no caso um espadachim de um braço só em busca de vingança) lembra o recente Zatoichi de Kitano. Melhor do que querer falar algo do filme é indicar o ótimo texto no
blog do expert Leandro Caraça, post do dia 14/11.

Leis Da Atração (Laws Of Attraction)

Apesar de ser mais uma comédia romântica que une opostos algo neste filme faz dele um bom filme de gênero. Pierce Brosnan e Julianne Moore estão muito bem, o roteiro coloca o que seria a trama do filme apenas no terço final e mesmo sendo um filme curto (menos de 90 minutos) consegue mostrar várias situações interessantes (filmes mais longos na metragem às vezes se mostram rápidos demais no mau sentido). O diretor se recupera da bomba que foi Johnny English.

A Marca (Twisted)

Suspense básico de Philip Kaufman que até poderia ser melhor com o elenco que tem (Ashley Judd, Samuel L. Jackson, Andy Garcia) não fosse a conclusão meio absurda de uma trama já meio capenga (uma investigadora da divisão de homicídios que começa a suspeitar de si mesma numa série de crimes ocorridos). Quando a personagem de Judd desmaia pela terceira ou quarta vez a coisa vai ficando ridícula. Kaufman tem comentários em aúdio legendados mas mostra que não sabe utilizar esse extra, pois fala para o público como se ele estivesse vendo o filme pela primeira vez com ele, então em boa parte ele fica falando de como a história está rolando... Como adoro a Judd sou capaz de ver este (que ainda tem Andy Garcia que sou fã) além de Crimes Em Primeiro Grau, Risco Duplo e Beijos Que Matam, todos suspenses policiais bem mais ou menos. Ela ainda precisa fazer um filme do gênero digno (se possível sendo uma agente do FBI), pois considero o ótimo Sedução Fatal um outro tipo de filme.



posted by RENATO DOHO 2:32 AM
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domingo, novembro 14, 2004
Cash - A Tribute To Johnny Cash



Livro de 224 páginas, mais de 100 fotos raras, escrito pelos editores da Rolling Stone, prefácio da filha Rosanne Cash, entrevista de 1973 com Robert Hilburn, entrevista com Rick Rubin (produtor dos últimos álbuns lançados), discografia completa e tributos pessoais de pessoas como Bob Dylan, Sheryl Crow, Tom Petty, Merle Haggard, Willie Nelson, Trent Reznor e Bono.


posted by RENATO DOHO 2:30 AM
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Britney Spears Greatest Hits - My Prerogative



Bom, esse não é exatamente algo para indicar a compra, é só pra mostrar a capa mesmo! São 20 clipes com opções de versões extendidas, multi-ângulos, multi-áudios, bônus escondidos, etcs. Pior que não posso nem dizer que não comprarei pois tenho 2 dvds dela pra me comprometer aqui... resisti bravamente nos dois últimos lançamentos hehe


posted by RENATO DOHO 2:10 AM
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Afterglow Live



Sarah McLachlan lança o dvd ao vivo da turnê de seu mais recente álbum, Afterglow, que conta com um show de 25 canções, o vídeo de World On Fire e 20 minutos de bastidores. Além disso vem junto um cd bônus com 15 canções ao vivo. Tem que sair por aqui!

O set list:

Fallen / World On Fire / Adia / Hold On / Perfect Girl / Drifting / Push / I Will Remember You / Ice / Wait / Witness / Elsewhere / Answer / Angel / Fear / Trainwreck / Building A Mystery / Sweet Surrender / Possession / Blackbird / Ice Cream / Stupid / Fumbling Towards Ecstasy / Dirty Little Secret


posted by RENATO DOHO 1:38 AM
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sábado, novembro 13, 2004
The Great Artists - Os Impressionistas

Essa série de documentários está saindo pela ST2 Video e é bem legal para quem queira conhecer mais dos pintores abordados. Esse dos impressionistas é duplo e fala de Pissarro, Manet, Monet, Degas, Renoir e Seurat em episódios de 50 minutos cada (quase 5 horas esse dvd duplo!). Procurei informações da edição original mas não encontrei, parece que lá fora saiu em fitas individuais para cada pintor... Sei que tem o segundo volume que aborda pintores holandeses e flamengos (locação em breve). Espero que saiam mais (queria ver sobre Turner, Hopper e Register). A ST2 também lançou uma coleção que parece ser muito boa, Great Composers, com um maestro falando dos compositores e uma orquestra mostrando trechos de certas obras (já tem 3 volumes). Isso me faz lembrar da excelente série que Wynton Marsalis fez com Seiji Osawa sobre música misturando erudito com jazz. Os especialistas dos episódios são William Cummins, Carole Guberman e David Addison. A realização é ótima pois gravaram em locações atuais as passagens em Paris (e a imagem é bem definida) além de mostrar os quadros, fotos da época, trilha sonora adequada e narração competente. Como os pintores abordados faziam parte do mesmo movimento algumas informações são reprisadas, mas sempre de forma diferente, oferecendo um outro ponto de vista para não deixar a coisa repetitiva demais (às vezes a falta de imagens de outros quadros faz com que voltemos aos mesmos). Não dá pra ignorar algum deles e nem ter um favorito. Todos têm momentos brilhantes. Antes de ver eu me inclinava mais para Monet e Renoir (os mais famosos), mas depois Pissarro e Manet adquiriram força, além dos outros terem obras muito interessantes. Além de ser músico frustrado serei pintor frustrado? Acho que ainda dá pra ter uma noção básica, ter uma aulas de pintura e pintar algumas coisas (nunca fui bom para desenhar). Mas como os impressionistas é difícil (se eu soubesse ao menos reproduzir os efeitos da luz na água numa tela já seria maravilhoso).

Nelson Freire

Documentário sobre o garoto prodígio (ex, já que ele tem idade agora) do piano brasileiro. Não há uma linha narrativa (inclusive no dvd há a opção de ver os capítulos aleatoriamente). Não sei exatamente por que, mas o que lembrava toda hora era do Rattle And Hum do U2. Talvez pelo fato do João Moreira Salles ter feito algo meio documentário de banda de rock para um pianista erudito. Câmera na mão, a não preocupação em captar bem as falas (às vezes não dá pra entender o que o Nelson fala e ainda mais de sua amiga Martha Argerich), as montagens entre ensaios e apresentações, as legendas de lugares e pessoas (além da boa idéia de também dar os títulos das peças tocadas), a vida íntima pouco vista (a infância por outro lado é mais comentada), etcs. Claro que do U2 é melhor em vários aspectos (ainda acho um dos melhores documentários de grande banda de rock fazendo uma turnê), isso não vem ao caso, o que Nelson Freire proporciona são momentos como ele fascinado por Rita Hayword e Errol Garner, a carta do pai, a querida professora, o relacionamento de 40 anos com a amiga pianista, os cumprimentos diversos ao final... notar como são situações quase fora da música, pois os momentos musicais são belos mas isso teríamos vendo uma apresentação dele, o que fica por trás é de maior interesse num documentário (ou seria apenas um registro). A parte intitulada "tv" é a mais bizarra e engraçada, a tv como a brutalidade em pessoa no trato com todos e tudo. No dvd duplo há apresentações musicais na íntegra como extras além de algumas cenas não musicais.

Todo Mundo Quase Morto (Shaun Of The Dead)

Não é uma sátira como dá a entender, mas sim uma mistura inusitada de filme de mortos-vivos com humor, os dois lados conduzidos seriamente (isto é, sem desleixo, mas com verdadeira admiração por ambas as fontes). Há ótimas tiradas humorísticas e uma boa construção de terror indo lado a lado, por vezes não perfeitamente equilibradas, às vezes falta mais humor outras mais terror. As atuações não comprometem, mesmo sendo desiguais. No dvd vários extras como erros de gravação, cenas cortadas, furos de roteiro preenchidas com desenhos explicativos, apresentaçaõ do projeto, efeitos especiais e outros mais, além de aúdio com diretor e ator/co-roteirista (legendado).


posted by RENATO DOHO 1:35 AM
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sexta-feira, novembro 12, 2004
Easy Riders, Raging Bulls



Bem legal o documentário, passou na GNT. Longo, mais de duas horas com comerciais (2 horas sem).

Não posso comparar com o livro em que o documentário foi baseado pois ainda não o li (mas possuo). Claro que o livro deve ter muitos mais detalhes.

Acompanha a queda dos estúdios, a influência dos novos cinemas (nouvelle vague) nos jovens cineastas americanos, Sem Destino e assim vai até o final quando Star Wars e Tubarão instalam os blockbusters.

Uma curiosidade que não sabia:

- os roteiristas de Bonnie & Clyde deram o roteiro pro Truffaut que passou pra Godard já que ia fazer Fahrenheit 451 e Godard recusou pra fazer Alphaville até que Truffaut numa festa em Paris deu o roteiro pro Warren Beatty, achando que era o projeto certo para ele como ator. Truffaut e Godard estiveram em Chicago na época que Bonnie & Clyde estava sendo feito por Arthur Penn.

Uma parte engraçada é a da casa de praia em Malibu onde Margot Kidder e Jennifer Salt decidiam quem podia entrar ou não nela. Brian De Palma foi e Margot teve uma queda por ele (tiveram um caso), o que é espantoso pois vemos uma foto do Brian e ele sem barba é mais estranho ainda (já Margot quando jovem era uma graça). Depois Martin Scorsese aparece com seu "amigo estranho" Harvey Keitel e essa parte é hilária pois Jennifer e Margot lembram que Harvey não desgrudava de Martin, os dois sempre andavam juntos (que casal bonito!) hehehe Spielberg foi trazido por Martin. Paul Schrader e John Milius também andavam por lá. Tanto Spielberg, Schrader e Scorsese não eram conquistadores segundo elas, na verdade eram uns nerds que gostavam de ficar juntos falando de filmes, diretores e projetos. Milius lembra dos bons tempos, cheio de mulheres e festas hehehe O mais legal é que enquanto falam vemos os filmes caseiros que elas gravavam com todos jovens na casa se divertindo (Spielberg com uma câmera, Scorsese rindo, etcs).

Sam Peckinpah é retratado em algumas partes. Engraçado quando o produtor foi apresentar Bob Dylan para Sam. Estavam chegando na casa (fora da cidade onde iam filmar) quando ouvem barulho e gritos e a empregada sai da casa desesperada. Depois ouvem tiros e quando entram na casa está Sam peladão com uma garrafa numa mão e uma arma na outra. Um espelho quebrado (pelo tiro) e ele encarando sua imagem distorcida no espelho. O produtor, "Sam, este é o Bob Dylan" achando que Bob ia desaparecer do filme depois dessa hehehe

Falam da cocaína que se alastrou por Hollywood, todos usavam e como isso foi afetando os filmes e diretores (Schrader fala de Peckinpah não conseguindo sair do poço por causa disso, quando antes com bebida e maconha conseguia e acabando com sua carreira e vida). Um fato engraçado é numa homenagem na AFI ao Hitchcock (vivo ainda) um produtor foi no banheiro e em todos os compartimentos tinham muitos pés e o som de fungadas eram incrível. Parecia até uma piada o contraste da homenagem e do clichê exagerado da cheiração. Quando ele olhou pro velhinho que cuidava do banheiro entregando as toalhas caiu no riso de tão ridículo que a situação era.

Martin Scorsese filmando New York, New York era um retrato do que acontecia naquele. Quis fazer um filme que juntasse os antigos musicais com a emoção de Cassavetes, estava com problemas com a esposa, tinha um caso com Liza Minnelli, passava noites em claro sob efeitos de drogas...

A ex-esposa de Peter Bogdanovich fala como descobriu Cybill Shepard numa capa de revista e como percebeu como durante a filmagem Peter foi se apaixonando por Cybill (que já tinha tido um caso com Jeff Bridges). Cybill também fala em como hoje sente como deve ter sido ruim para a ex-esposa de Peter a situação (que achava que aquilo seria apenas um caso passageiro, um acidente de filmagem).

Outra coisa engraçada é George Lucas fazendo Star Wars. Ele apresentou uma versão bruta pros amigos (sem efeitos especiais) e Brian De Palma foi o mais sarcástico perguntando da tal "força". Lucas levou na esportiva, mas lá somente Spielberg se entusiasmou e disse que o filme estouraria. O pessoal não levou a sério pois Spielberg "era entusiasmado demais com tudo mesmo" hehehe E Lucas sempre dizendo que o pornô que era a salvação, que não necessitava de grandes locações ou astros. Milius divaga achando que se não fosse por Loucuras De Verão e Star Wars Lucas seria o dono de um império da pornografia e talvez mais rico do que é hoje.

Do Spielberg falam da filmagem de Tubarão em particular. Em como a pressão e exigências foram tremendas em cima dele. Pessoal do estúdio foi até o local de filmagem para ver os problemas e como na época começava a ter os diretores megalomaníacos drogados estragando os filmes ao verem Spielberg que era o oposto disso (não bebia, não fumava, e deixava o ego de lado) o deixaram concluir o filme.

Richard Dreyfuss lembra de quando for ver o filme e esqueceu que tinha participado dele tamanho envolvimento emocional com o que via na tela e pela primeira vez em sua vida viu algo que achava inédito: ao terminar o filme a platéia delirou, eram gritos, aplausos, uma coisa absurda. No banheiro (único local que dava pra se conversar) o pessoal do estúdio decidiu lançar em quantas salas conseguissem devido à reação da platéia.

Roger Corman quando viu Tubarão achou que estava perdido, eles (Hollywood) conseguiram fazer o que ele vinha fazendo com mais dinheiro e qualidade.

Um momento raro que nunca tinha visto: Roman Polanski emocionado dando a primeira entrevista coletiva após o assassinato de Sharon Tate.

Bom, tem mil e outras histórias. Dennis Hopper fazendo The Last Movie, Robert Altman brigando com Warren Beatty, Hal Ashby também brigando com Beatty, os filmes de Bob Rafelson e o sucesso com os Monkees, o estado de Schrader ao escrever Taxi Driver, Coppola recusando duas vezes O Poderoso Chefão, John Schlesinger querendo sair do armário ao fazer Perdidos Na Noite, Caminhos Perigosos fazendo relativo sucesso para ser esmagado a seguir por O Exorcista, etcs.

Falam um pouco de Julia Phillips também. Uma produtora de sucesso nos anos 70 que se acabou com as drogas. Ela e Dreyfuss no set de Contatos Imediatos eram incontroláveis. Morreu cedo.

Eu tenho o livro dela que quando Dreyfuss leu ficou p... da vida, mas lembrou que a coisa era bem pior e deixou quieto.

Falta ver o documentário que tenho gravado sobre o Robert Evans que também é abordado no Easy Riders, Raging Bulls.

Aliás, juntado esses filmes e livros mais o A Decade Under The Influence, o documentário sobre a Zoetrope que vem de extra no dvd de THX e algumas outras fontes dá um retrato legal dessa turma.

Senti falta de abordarem John Cassavetes, Terrence Malick, Brian De Palma, Michael Cimino e muitos outros importantes da década de 70.

Os entrevistados na maioria são os menos conhecidos como Schrader, Milius, Fonda, Hopper, Arthur Penn, Dreyfuss, Shepard, os produtores e roteiristas, Bogdanovich, etcs. Coppola, Scorsese e Lucas aparecem em entrevistas da época.

A narração é de William H. Macy.

No dvd duplo do documentário vem mais mini filmes sobre os temas:

The Times
Sex and Drugs
United Artists and Midnight Cowboy
The Film Critics
Robert Altman: A Director's Style
Hal Ashby: The Homeless Spirit
Peter Bogdanovich: The Man Who Loved the Movies
Francis Ford Coppola: Director's Journey
Dennis Hopper: Actor as Director
George Lucas: A Galaxy Far, Far Away
Sam Peckinpah: Sensitive Access
Martin Scorsese: Talent Finding the Edge
Steven Spielberg: Innocent Savant
The Participants Strike Back
The Author: Peter Biskind


Vale então conferir o dvd (que duvido que seja lançado por aqui).

O final é bem escolhido ao mostrar Scorsese terminando a década querendo desistir da carreira e tendo a chance da ressurreição largando as drogas e fazendo Touro Indomável (a cena mostrada é exemplar).

Sobre o que essa geração e época significaram cinematograficamente cada um chega às suas conclusões. Pode-se refletir sobre egos, arte e comércio, a dependência e independência em cada um dos integrantes dessa "onda", em como indiretamente ou diretamente o que cada um fazia atingia (ou modificava) o outro (aliás isso é na vida como um todo), etcs. Que os teóricos teçam seus comentários.

Reprises: GNT => sexta - dia 12 às 17h00 e segunda - dia 15 às 02h30.


posted by RENATO DOHO 1:55 AM
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quinta-feira, novembro 11, 2004
Julie Delpy



Aqui vc pode pegar a canção A Waltz For A Night que Julie Delpy canta no filme Antes Do Pôr Do Sol. Mas como é parte importante do filme talvez seja melhor só ser ouvida por quem já viu o filme...

Senha: 16AF424B

Algumas fotos dos bastidores do filme coloquei no outro blog.

posted by RENATO DOHO 6:08 PM
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quarta-feira, novembro 10, 2004
Shania Twain



Ontem foi lançado o Greatest Hits dela com 4 canções novas.



Também saindo este dvd que conta com uma surpresa muito boa para mim: a presença de Alison Krauss e a Union Station em todo o show! Esse dvd eu quero ter e com o nome da Shania é mais provável que chegue em nosso mercado (o ao vivo da Alison nunca chegou por aqui).


posted by RENATO DOHO 8:07 PM
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terça-feira, novembro 09, 2004
Trilha



posted by RENATO DOHO 1:27 AM
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